"É efetivamente muito arriscado investir em criptomoedas." Assim afirma o advogado Luiz Augusto Filizzola D’Urso (D'Urso e Borges Advogados Associados), presidente da Comissão Nacional de Estudos dos Cibercrimes da Abracrim.
A afirmação se deu após o causídico analisar recente matéria publicada no Wall Street Journal, segundo a qual o bilionário japonês Masayoshi Son, um dos homens mais ricos do Japão, perdeu mais de US$ 130 milhões (R$ 512 milhões), após comprar bitcoins no final de 2017, e vendê-las poucos meses depois, no início de 2018, quando a moeda sofreu grande desvalorização.
O advogado destaca que, além do risco de eventual desvalorização, ainda existe a insegurança em razão da falta de regulamentação destas criptomoedas, especialmente no Brasil. D'Urso, que também é coordenador e professor do curso de Direito Digital da FMU, abaliza que "a insegurança neste tipo de investimento é colossal, quase inversamente proporcional à hipervalorização das bitcoins no final de 2017". "Podemos, por exemplo, ter futuramente no Brasil, um cenário de proibição total da comercialização das bitcoins, como ocorreu em alguns países, o que geraria enormes complicações a todos os possuidores desta criptomoeda."
Defensor da regulamentação das moedas digitais, o advogado acredita que a insegurança diminuiria muito e a reação seria o crescimento dos investimentos em criptomoedas, além da sua popularização para uso diário, ocasionando um reflexo direto nos investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.
Já com relação à valorização das criptomoedas, o especialista em Direito Digital afirma que “a regulamentação seria um passo importante, especialmente diante de vários exemplos de indivíduos que lucraram quantias milionárias investindo em criptomoedas. Todavia, enquanto o Brasil não regulamentá-las, o risco permanece elevado".
"A maioria dos países já reconheceu que as criptomoedas são uma realidade e sua circulação deve estar cada vez mais presente em nosso cotidiano, podendo se tornar uma excelente opção de investimento. Chegou a hora do Brasil também perceber isto."
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