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Morre jurista Hélio Bicudo

Advogado foi um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma.

31/7/2018

Morreu nesta terça-feira, 31, aos 96 anos, o advogado Hélio Bicudo. Saído diretamente das Arcadas na década de 1940, Hélio Bicudo foi um dos mais importantes juristas brasileiros. Com longa carreira política, advogado foi um dos primeiros políticos a se filiar ao PT e também um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma.

Ativista dos direitos humanos, Bicudo ganhou notoriedade nacional durante a ditadura militar, quando, como promotor público de SP, condenou integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.

"É preciso atuar, pressionar, para que avancemos na direção de uma sociedade nova onde a pessoa seja, realmente, o sujeito do Direito."

Na vida política, o advogado também foi deputado Federal por dois mandatos consecutivos, de 1991 a 1999 e vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy. Petista histórico, Bicudo se afastou no PT após o Mensalão.

A saúde do advogado era frágil desde 2010, quando sofreu um AVC. Debilitou-se ainda mais em março deste ano, quando morreu sua mulher, Déa Pereira Wilken Bicudo, após 71 anos de casamento. Ele deixa sete filhos, netos e bisnetos.

Impeachment

Em 12 de julho de 2016, foi protocolada no Senado a alegação final no processo de impeachment da presidente Dilma. Na ocasião, o jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do pedido, junto com Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, disse: "O Brasil não é do Lula, o Brasil não é do PT, o Brasil é dos brasileiros."

Biografia

Hélio Pereira Bicudo nasceu em Mogi das Cruzes/SP em 5 de julho de 1922. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1942, mesmo ano em que começou a trabalhar em um escritório de advocacia. Quatro anos depois, tornou-se bacharel em ciências jurídicas e sociais.

Após ocupar o cargo de promotor e procurador da Justiça, foi nomeado em 1959 chefe da Casa Civil do Governo do Estado de SP, na gestão de Carvalho Pinto (1959-1963). No período, representou-o na comissão que elaborou os estatutos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo).

Em 1963, quando chefiava o gabinete de Carvalho Pinto, Bicudo se tornou ministro da Fazenda do governo de João Goulart de maneira interina. Seis anos depois iniciou a investigação de atividades criminosas cometidas por policiais, em um de seus trabalhos mais notórios.

Em 1980, Bicudo ingressou no PT, tornando-se o primeiro-vice-presidente da seção paulista da agremiação. Em 1990, foi eleito deputado Federal pelo partido com 100 mil votos, tendo sido reeleito quatro anos depois. 

Em 1996, o advogado se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Era referência na luta contra a pena de morte no Brasil.

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