Sobre a tão esperada delação de Lúcio Funaro, costurada ao longo de meses, o ex-deputado Eduardo Cunha não economizou nos adjetivos. Chamada de "mentirosa", o ex-presidente da Câmara diz que virou, pela peça, propaganda do Posto Ipiranga: "Tudo é o Eduardo." No depoimento, assegura: "Não sou idiota." Segundo Cunha, Funaro criou uma história que não aconteceu.
Mais à frente, Cunha diz que o juiz está sendo "delegado", diante da incorreção na denúncia do Ministério Público. "Eu estou sendo denunciado somente na palavra de delator, a materialidade não existe." Diz que quer perícia das polêmicas planilhas de Funaro e ainda soltou: "Se V. Exa. me der um computador faço uma planilha mais bonita."
Ao se lamentar sobre a falta de renda, o ex-presidente da Câmara revela que ainda não está arcando com os honorários advocatícios do seu atual defensor, Délio Lins e Silva. "Meus advogados são todos de Brasília e não tenho condições de arcar com a ida deles ao Paraná toda hora." Esclarece, no entanto, que o pagamento será futuro.
Segundo Cunha, o ex-PGR Rodrigo Janot fez jogo político para colocar na mídia que o ex-deputado estava sendo denunciado. Bruno Espiñeira, advogado de Funaro, disse que fará todas as perguntas que quiser, já que, no depoimento de seu cliente, foi obrigado a ouvir todas as perguntas do advogado Délio Lins, que representa Cunha. Pouco Antes, Espiñeira também discutira com o advogado Marcelo Leal, defensor do ex-ministro Henrique Eduardo Alves. Eduardo Cunha já tinha dito anteriormente que não responderia as perguntas do advogado do Funaro. Enquanto Bruno Espiñeira formula seus questionamentos, o ex-deputado não esboça reação.