Migalhas Quentes

PF prende assessor especial de Temer

Tadeu Filippelli é suspeito de envolvimento em desvios nas obras do estádio Mané Garrincha para a Copa de 2014.

23/5/2017

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 23, o assessor de Temer e ex-vice governador do DF Tadeu Filippelli. Na mesma operação, foram presos os ex-governadores do DF José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz. Denominada "Panatenaico", a operação investiga supostos desvios nas obras do estádio Mané Garrincha para a Copa de 2014.

Filippelli tem cargo de chefia na Secretaria de Relações Institucionais e atuava ao lado do deputado Rocha Loures nas negociações com o Congresso. O assessor ocupava sala no 3º andar do Palácio do Planalto e era cargo de confiança do presidente. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, já foi encaminhada pelo Planalto a exoneração do assessor, que deve ser publicada no DOU de quarta-feira, 23.

Trata-se, de fato, de apenas mais um dos assessores do presidente com problemas com a polícia. Os outros são José Yunes e o ex-ministro Geddel. Ainda, respondem a inquérito no STF os ministros de Estado Eliseu Padilha e Moreira Franco.

Obra superfaturada

A operação que prendeu o assessor é baseada em delação premiada da Andrade Gutierrez sobre um esquema de corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha. De acordo com as investigações, o superfaturamento na construção chega a quase R$ 900 milhões — com custo previsto de R$ 600 milhões, o estádio saiu a R$ 1,575 bilhão ao fim de 2014. Trata-se da arena mais cara de toda a competição.

A renovação da arena seguiu modelo diferente ao dos outros estádios da Copa do Mundo do Brasil, financiados por dinheiro público, com empréstimos do BNDES. Na arena de Brasília, os aportes vieram da Terracap — companhia estatal do DF com 49% de participação da União — embora a companhia não tivesse essa operação financeira prevista entre suas atividades. Sem estudos prévios de viabilidade econômica do Mané Garrincha, a Terracap encontra-se em estado de iminente insolvência.

Segundo a PF, a suspeita é de que os agentes públicos tenham realizado um conluio e simulado etapas das da licitação. A operação também mira agentes públicos, construtores e operadores de propina que atuaram durante três gestões do governo do DF.

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