O ministro Teori Zavascki homologou nesta terça-feira, 15, a delação premiada firmada entre o senador Delcídio do Amaral e a PGR para colaborar com as investigações da operação Lava Jato.
Ao homologar a colaboração, Teori ressaltou que "o colaborador já teve sua identidade exposta publicamente e o desinteresse manifestado pelo órgão acusador revela não mais subsistir razões a impor o regime restritivo de publicidade".
O começo de tudoO envolvimento de Delcídio do Amaral com a Lava Jato teve início no fim de novembro: em mais uma operação, a PF prendeu preventivamente o senador, que se encontrava no hotel Golden Tulip, em Brasília. Na mesma leva foram presos o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o chefe de gabinete de Delcídio (Diogo Ferreira) e o advogado de Nestor Cerveró, Edson Siqueira Ribeiro Filho.
A prova da tentativa de obstrução do senador seria uma gravação feita pelo filho de Cerveró que mostra a tentativa de Delcídio em atrapalhar as investigações e oferecer fuga para o ex-diretor não fazer a delação.
Ato contínuo, o STF decidiu de forma unânime referendar a prisão do senador da República. O julgamento foi um dos mais representativos da Lava Jato, com discursos enérgicos dos ministros que integram a 2ª turma do Supremo. Logo depois, foi a vez do Senado manter a prisão.Delação premiada
O acordo de Delcídio é acompanhado de 21 termos de colaborações, e foi firmado, conforme a petição da PGR, "com a finalidade de obtenção de elementos de provas para o desvelamento dos agentes e partícipes responsáveis, estrutura hierárquica, divisão de tarefas e crimes praticados pela organização criminosa, no âmbito do Palácio do Planalto, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Ministério de Minas e Energia e da companhia Petróleo Brasileiro S/A".
A delação do senador, assinada pelo procurador-Geral da República Rodrigo Janot, é composta por 43 cláusulas. Entre elas, Delcídio disponibiliza um imóvel em Campo Grande/MS em garantia ao pagamento da multa de R$ 1,5 mi imposta no acordo de colaboração.