Na tentativa de contrabalançar o fraco mercado no Brasil e de seus mercados de exportação, a unidade brasileira Volkswagen AG irá cortar cerca de 4 mil empregos.
Os postos de trabalho serão cortados nas fábricas Taubaté e Anchieta, num total de 16% da força de trabalho brasileira de 25 mil funcionários.
"A difícil situação do mercado brasileiro nos força a realizar cortes significativos", afirmou Peter Hartz, membro do conselho da VW e supervisor das operações brasileiras.
A VW acrescentou que pretende recolocar a maioria dos funcionários afetados em outras fábricas da própria empresa ou em outros empregos. As fabricantes de automóveis investiram fortemente no Brasil há alguns anos, quando o mercado estava crescendo rapidamente, mas uma desaceleração econômica na maior economia da América Latina prejudicou a Volkswagen e as suas rivais General Motors, Fiat e Renault SA.
A demanda por veículos no país caiu à medida que as taxas de juros encareceram o valor do crédito, reduzindo o poder de compra dos brasileiros. Analistas afirmam que o mercado no país já declinou quase 10% este ano.
"A fraqueza nos mercados da América do Sul continua e as esperanças de uma melhora parecem ter diminuído", disse Juergen Pieper, analista de automóveis do Mezler Bank.
A VW possui no Brasil 5 fábricas e uma fatia de 23% do mercado. A notícia das demissões é divulgada dias antes de a empresa informar, na próxima sexta-feira, seus resultados do segundo trimestre. Uma pesquisa da Reuters mostrou que analistas esperam que o lucro operacional da VW no período caía para 730 milhões de euros em relação ao ano anterior.
A VW vem tentando contornar a queda na demanda por veículos e os efeitos do fortalecimento do euro em relação ao dólar, que torna as exportações da Europa mais caras. Para se proteger dos efeitos do declínio do dólar, a empresa está considerando expandir a produção no México, onde já fabrica cerca de metade dos carros que vende para os Estados Unidos.
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