OAB/SP vai acompanhar caso de pedreiro morto por PM
A Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP irá acompanhar as investigações sobre o assassinato do pedreiro Nilson Souza de Queiroz, 35 anos, pelo soldado da Policial Militar, Moisés Silva Cândido, 36 anos , no último domingo (12/3) em uma pizzaria, no Itaim Paulista, na Zona Leste de São Paulo, com quatro tiros pelas costas. O proprietário da pizzaria, José Pimentel Bezerra, também foi atingido por um tiro no pé, disparado pelo soldado. As duas vítimas foram atendidas no hospital Santa Marcelina.
Segundo a família da vítima, Nilson, o PM e seu irmão, Cezar Silva Cândido, estavam na pizzaria conversando, quando começou uma discussão entre Nilson e Cesar. O dono do estabelecimento teria interferido e dito que já estava fechando. O PM se retirou para ir ao banheiro e quando voltou teria descarregado a arma nas costas de Nilson, que é sobrinho de um dos seguranças da empresa encarregada da vigilância do prédio central da OAB/SP.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o PM relatou " que ao deixar o banheiro da referida pizzaria deparou com um indivíduo desconhecido, Nilson Souza de Queiroz, o qual mediante grave ameaça com arma de fogo atentava contra integridade física" de seu irmão, Cesar Silva Candido. Ele teria, então, anunciado a sua condição de policial militar e atirado para " coibir uma eventual atitude hostil por parte do desconhecido". O PM teria apresentado uma pistola de brinquedo, que teria sido utilizada por Nilson para ameaçar o irmão.
A família da vítima nega a versão dos fatos relatada pelo soldado Moisés, alegando que o PM conhecia Nilson, informação que omitiu em seu depoimento na DP, e que o pedreiro nunca portou arma, nem mesmo de brinquedo. E que ao atirar pelas costas, o próprio policial desmentia de forma irrefutável a tese de legítima defesa, que alegou para o delegado plantonista.
O PM foi indiciado por homicídio doloso e afastado de suas funções. O delegado Antonio Carlos Padilha, da 59 DP - Jardim dos Ipês, não fez a autuação do policial em flagrante delito por entender que ele se apresentou espontaneamente., "dispensando assim a necessidade de qualquer diligência no sentido de localizá-lo, deixando claro sua intenção de verem apuradas as verdadeiras circunstâncias em que o evento se perpetrou".
A família de Nilson Souza de Queiroz já registrou queixa na Corregedoria da Polícia Militar e espera que o inquérito policial vá até o fim, seja imparcial, aponte o culpado e que seja feita justiça, uma vez que Nilson foi assassinado brutalmente, deixando mulher e seis filhos.
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