Migalhas Quentes

Imprensa internacional repercute atual situação do país

Jornais destacam crise política e econômica.

13/3/2015

No último domingo, 8, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o Dia Internacional da Mulher para discursar em rede nacional. Entre os assuntos, Dilma mencionou o escândalo da Petrobras, afirmando que a investigação tem sido “ampla, livre e rigorosa”.

A lista de 54 nomes de supostos envolvidos no esquema de corrupção repercutiu na imprensa internacional, em países como Alemanha, Inglaterra e França.

Os jornais alemães Die Zeit e Die Welt ressaltaram o fato de que importantes políticos do país estão entre os acusados. Os nomes são, no entanto, em sua maioria, de figuras pertencentes à coligação do PT, partido pelo qual a atual presidenta foi reeleita. Die Zeit afirma que, apesar de ter sido presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma não está entre os envolvidos, e nega qualquer tipo de conhecimento prévio sobre o assunto.

Na imprensa inglesa, destacaram-se os nomes de parlamentares como Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara, Renan Calheiros, presidente do Senado, e Fernando Collor de Melo, antigo presidente do Brasil. Daniel Gallas, correspondente do BBC News em São Paulo, diz ser possível acreditar que as investigações pressionarão o atual governo federal, em um momento no qual o apoio do Congresso Nacional para tomar medidas de austeridade seria fundamental. De acordo com o veículo, analistas dizem que não é possível prever o real valor das ações da Petrobras, uma vez que não se sabe ao certo quanto dinheiro foi utilizado no esquema de corrupção.

O Daily Mail também lembra que as investigações podem demorar anos para serem efetuadas, e ainda observa que o escândalo afetou a imagem da empresa negativamente, já que economia brasileira foi afetada com a situação: o real caiu em relação ao dólar , atingindo seu nível mais baixo desde 2004. Em notícias recentes, o jornal publicou as afirmações de Pedro Barusco de que o PT recebeu por volta de 200 milhões de dólares. O partido, que já sofre com a tensão com seu maior aliado, o PMDB, nega ter recebido qualquer quantia de forma prevista na lei.

As previsões inglesas para o Brasil nesse ano são pessimistas — acredita-se na redução da economia em 0,6% em 2015, com a inflação acima de 7%, além de uma possível rivalidade entre o PT e o PMDB nos próximos meses. No entanto, Dilma encontrou-se na segunda-feira com seu vice-presidente Michel Temer, e mandou seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para negociar com os presidentes da Câmara e do Senado, ambos representantes do partido aliado.

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