Atualmente, magistrados costumam receber os advogados para tratar das ações em análise, sem obrigação de ouvir a outra parte ou de registro formal do encontro.
O projeto exige que as audiências sejam agendadas previamente e que o defensor da outra parte também seja convidado a participar do encontro, que será registrado nos autos.
Em caso de urgência, a proposta permite a realização de audiência sem agendamento prévio, mas a parte contrária deverá ser informada sobre o teor do encontro no prazo de cinco dias, sob pena de anulação de qualquer medida determinada pelo juiz depois da audiência.
A intenção é eliminar os chamados "embargos auriculares", em que os advogados tentam influenciar os magistrados com conversas. O deputado cita ainda o "filhotismo", como ficou conhecida a influência que advogados com laços familiares de magistrados exercem sobre algumas causas, prática denunciada pela ex-corregedora do CNJ Eliana Calmon.
"Tais encontros informais, além de favorecer o estabelecimento dessas práticas espúrias que pretendemos evitar, contribuem para emperrar as engrenagem da Justiça, na medida em que submetem juízes assoberbados ao bel-prazer dos advogados."
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pela CCJ.