Migalhas Quentes

JB desdenha de pesquisa do CNJ sobre perfil dos magistrados

Censo revela que maioria dos juízes são homens e brancos.

17/6/2014

Com indiferença, ministro JB disse não estar “nem aí” sobre discussão no CNJ acerca de cotas para negros e índios no Judiciário, após divulgação de pesquisa sobre os juízes brasileiros. “Não sei e estou de saída. Es ist mir ganz egal. Não estou nem aí.”

S. Exa. se aposenta logo mais e a declaração foi dada em sua última sessão no CNJ.

Dados

Trata-se no caso do primeiro Censo do Judiciário, realizado pelo Conselho. Dos 16.812 magistrados em atividade, 10.796 responderam ao questionário eletrônico proposto pelo CNJ, um índice de resposta de 64%.

Segundo os números preliminares do Censo, 64% dos magistrados são do sexo masculino. Eles chegam a representar 82% dos ministros dos tribunais superiores.

O levantamento também aponta que a maioria da magistratura é casada ou está em união estável (80%) e tem filhos (76%). A idade média de juízes, desembargadores e ministros é de 45 anos. Na JF estão os juízes mais jovens, com 42 anos, em média. Em geral, a carreira dos magistrados começa aos 31,6 anos de idade, enquanto a das magistradas começa aos 30,7 anos.

Em relação à composição étnico-racial da carreira, juízes, desembargadores e ministros declararam ser brancos em 84,5% dos casos. Apenas 14% se consideram pardos, 1,4%, pretos e 0,1%, indígenas. Segundo o censo, há apenas 91 deficientes no universo da magistratura, estimado em pouco mais de 17 mil pessoas.

A jornada de trabalho diária dos juízes é, em média, de 9 horas e 18 minutos. Os juízes em início de carreira (substitutos) têm a maior carga horária de trabalho, com 9 horas e 37 minutos. Além do trabalho jurisdicional, 14% dos magistrados também realizam atividades docentes – 63% deles informaram possuir pós-graduação.

Para o coordenador do Censo, conselheiro Paulo Teixeira, trata-se da primeira pesquisa aberta aos magistrados de todo o país.

Os resultados são alvissareiros, mesmo comparando-os a pesquisas realizadas nos Estados Unidos da América, Inglaterra e Canadá. A diferença é que, nesses países, as pesquisas são periódicas e realizadas há muitos anos. Esse trabalho gigantesco tende a melhorar a prestação jurisdicional e a identificar a magistratura brasileira.”

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