Raymundo Faoro morre aos 78, no Rio
O jurista, cientista social e acadêmico era conhecido por sua visão política aguçada. Sobre o PT, disse em 1988, referindo-se às perspectivas do partido nas eleições de 89: "é um partido em torno do qual vai girar todo o jogo político".
Gaúcho de Vacaria, o advogado Raymundo Faoro passou para a história como o autor de um dos maiores clássicos da sociologia
Faoro foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 23 de novembro de 2000. Teve 36 dos 38 votos. Ocupou a cadeira número seis, deixada vaga por Barbosa Lima Sobrinho. Mas o advogado só tomou posse em setembro de 2002, por motivos de saúde. Quando soube do resultado da eleição, emocionado, agradeceu e disse estar orgulhoso de freqüentar a casa de Machado de Assis, seu ídolo: "É uma honra entrar para a instituição cultural de maior prestígio no Brasil. Um lugar que soube fazer jus à memória de Machado".
No início da noite, o presidente Lula, por intermédio de seu porta-voz, André Singer, também lamentou a morte de Faoro. "Além de ser um brilhante ensaísta, historiador e jurista, Faoro encarnava o espírito republicano e saudável que esse governo quer manter sempre firme", disse Singer. Lula destacou, segundo Singer, o papel desempenhado por ele na presidência da OAB, na época da redemocratização. "Além de uma obra clássica de interpretação do Brasil, Faoro deixa um exemplo de cidadania e virtude pública."
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