O ministro Ayres Britto defendeu a independência do magistrado de votar de acordo com a sua consciência e sua ciência do direito. "Todo magistrado é livre para votar como bem entender", afirmou o presidente do Supremo.
O pronunciamento é decorrente dos insultos sofridos pelo ministro Ricardo Lewandowski no último domingo, 28, em SP, durante a votação do 2ª turno das eleições para prefeito. Lewandowski teria sido xingado de "bandido, corrupto, ladrão e traidor" por uma eleitora e um mesário insatisfeitos com a atuação do ministro no julgamento do mensalão.
"O ministro Lewandowski, como todos os demais ministros, exerce sua liberdade de voto e sua independência, tanto técnica quanto política", assinalou. "O fato é que ele, tanto quanto os demais ministros, no uso de sua liberdade de voto, tem votado com consistência técnica, isenção, distanciamento, transparência e desassombro, sem medo de desagradar a quem quer que seja".
Britto ainda afirmou que o juiz está sujeito a críticas, mas "que não se descambe, a pretexto de fazer crítica, para o desacato, porque aí a própria ordem jurídica resulta violada".