Justiça suspende abertura de processo contra José Dirceu no Conselho de Ética
Dirceu pediu para ingressar no mandado como co-autor, além de requerer a imediata suspensão do processo.
Na avaliação do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), a decisão da Justiça em relação a Dirceu pode não ter validade porque ele já é alvo de representação feita por partidos políticos diretamente no Conselho.
Ontem, o presidente do STF, ministro Nelson Jobim, concedeu liminar suspendendo a tramitação dos processos de cassação dos deputados petistas João Paulo Cunha (SP), Josias Gomes (BA), Professor Luizinho (SP), Paulo Rocha (PA), José Mentor (SP) e João Magno (MG).
Os petistas, juntamente com outros 11 deputados, constam da lista de parlamentares encaminhada à presidência da Câmara pelas CPIs dos Correios e do Mensalão.
Como a liminar foi concedida, a instalação dos processos de cassação dos seis petistas fica suspensa até o julgamento do mérito do mandado.
Os autores do pedido impetrado na manhã de ontem no STF alegaram que a instauração dos processos contra eles contrariou os princípios da ampla defesa, do devido processo legal e da presunção de inocência, "já que, ao não fundamentar o envio de representação sem ouvir as partes, pressupôs-se a culpa".
Em seu despacho, Jobim determinou que o processo fique paralisado até o julgamento final do mandado de segurança. O ministro afirmou que, "ao que tudo indica, não foram observadas as disposições regimentais relativas ao devido processo legal".
Suprema Pizza Federal
O relator do processo contra Dirceu, Júlio Delgado (PSB-MG), ironizou hoje a decisão do STF ao sugerir que o deputado petista mude de sigla, "de STF para SPF [Suprema Pizza Federal]."
Delgado falou que no caso de Dirceu a liminar é inócua porque a ação deu entrada no Conselho por iniciativa partidária e é anterior à decisão da Mesa Diretora da Câmara, a qual se refere a liminar.
"É o mesmo caso dos deputados Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG). A liminar não adianta nada. O que houve foi uma intromissão dos Poderes."
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