Em relação a Luiz Gushiken e Antônio Lamas, pediu, nas alegações finais, absolvição por insuficiência de provas. Segundo o procurador-geral, o MP produziu "absolutamente toda prova possível, transbordantemente suficiente para a condenação dos réus".
Sua manifestação na tarde desta sexta-feira estruturou-se na descrição das atividades dos três núcleos principais – político, operacional ou publicitário e financeiro – e na caracterização das atividades dos acusados em troca, supostamente, de apoio político. Gurgel citou vários documentos para tentar descrever como funcionariam os três núcleos.
Gurgel fez considerações gerais sobre a questão da prova, nos casos que envolvem o crime organizado. Apontou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como o mentor do esquema. Dedicou 25 minutos das quase 5 horas de discurso a Dirceu, e disse que a prova é contundente contra o ex-ministro. "Quando falo de quatro paredes, falo das paredes da Casa Civil, de algo que transcorria dentro do palácio da Presidência da República", afirmou. Segundo Gurgel, os esquemas mais sofisticados arregimentam laranjas, intermediários, assessores e o "chefe não se envolve diretamente".
O procurador-geral ainda mostrou, com detalhes, a ligação que havia entre os saques em dinheiro e as votações no Congresso Nacional.
O chefe do MPF ainda disse ter sofrido intimidações e "ataques grosseiros" após entregar suas alegações finais, em referência às críticas por suposta omissão no caso Cachoeira.
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