A Campanha pela Memória e pela Verdade, lançada em abril de 2010 pela OAB/RJ, entra em nova fase e prevê a criação de sua própria Comissão da Verdade. Outros projetos estudam ainda a transformação de locais de tortura em centros de memória e a criação de uma série de eventos para debater o tema. A campanha já conta com mais de 45 mil assinaturas em favor da abertura dos arquivos da ditadura militar.
Sem a pretensão de construir um acervo para uso próprio ou de se sobrepor à Comissão da Verdade criada pelo governo federal, a seccional carioca da Ordem pretende ouvir relatos voltados ao papel de juízes e promotores da Justiça Militar nos julgamentos de presos políticos durante a ditadura. De acordo com o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, mais do que querer saber o que realmente aconteceu nos porões da ditadura, a sociedade "precisa saber dos fatos para que eles não se repitam".
As informações e relatos coletados serão repassadas à Brasília. "Vamos listar, no âmbito do Estado do Rio, os casos mais marcantes de abusos da Justiça Militar e organizar entrevistas para nos informarmos detalhadamente a respeito", explicou o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Marcelo Chalréo.
Também nos planos da campanha, o tombamento dos centros de tortura, que seriam transformados em centros da memória, teriam ações prioritárias no DOI-Codi, na sede do antigo Dops, e na Casa da Morte, em Petrópolis.
Os eventos ligados ao assunto já tiveram início neste semana com o lançamento do livro K, Bernardo Kucinski. A obra conta sobre a prisão e o desaparecimento da militante Ana Rosa Kucinski, irmã do autor.
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