Para Roberto Busato, Severino Cavalcanti é a expressão física do “mensalão”
A declaração foi dada pelo presidente da OAB ao comentar, durante entrevista, a apresentação de documento que comprova que Severino Cavalcanti teria recebido do empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurante Fiorella, propina para renovar o contrato de exploração do restaurante da Câmara. O documento, assinado pelo atual presidente da Câmara em papel timbrado da Casa, seria datado de abril de 2002, período em que Severino Cavalcanti foi primeiro-secretário da Câmara dos Deputados.
Busato manifestou sua preocupação com os rumos do Congresso Nacional frente às recorrentes denúncias de corrupção envolvendo seus integrantes e afirmou que, infelizmente, os bons parlamentares daquela Casa estão “acuados pelo tamanho da imoralidade que existe no Congresso Nacional”. O presidente da OAB está em Florianópolis divulgando a XIX Conferência Nacional dos Advogados, que será realizada pela entidade de 25 a 29 deste mês na capital catarinense.
Confira abaixo a íntegra do comentário de Busato durante entrevista à Rádio CBN de Florianópolis:
“O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, é a expressão física do mensalão, o que há de pior dentro do Congresso Nacional. E essa situação não é de agora. Sua eleição foi considerada um escárnio pela população brasileira e confirmou aquilo que a OAB vinha dizendo desde o dia 15 de novembro do ano passado, quando lançou a Campanha em Defesa da República e da Democracia, que a cena política era péssima e que esses tipos do Severino eram uns verdadeiros pastelões que se apresentavam à sociedade. A eleição de Severino foi o corolário desse quadro. A figura de Severino Cavalcanti, que no princípio foi algo hilariante, se transformou numa tragicomédia. Com esse escândalo de pagamento de propina que vem à tona agora, relacionado à participação de Severino como secretário da Câmara dos Deputados, e pelas posições tomadas por ele até então, fica demonstrada a precariedade ética e moral com que se está conduzindo os destinos do Congresso Nacional. Temos grandes parlamentares naquela Casa, mas hoje, infelizmente, esses grandes parlamentares estão acuados pelo tamanho da imoralidade que existe no Congresso Nacional.”
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