Ele garantiu que os ministros do STF são "vacinados contra todo tipo de pressão". A expectativa em torno do julgamento não significará a perda do foco, da objetividade e da tecnicalidade, afirmou. "Não que sejamos indiferentes a reclamos sociais e populares legítimos, mas, por mais emocional, passional e até política que seja a ambiência de determinado processo, nosso dever é julgá-lo com isenção e imparcialidade, observando as normas técnicas regentes".
Na avaliação do ministro, o exame do mensalão vai ser a confirmação do que o STF tem historicamente feito – julgar com competência, isenção, desassombro e independência. "O STF não tem faltado à nação, nem vai faltar", afirmou, ressaltando, contudo, que isso "não significa predisposição para condenar nem para absolver".
Sobre a formatação do julgamento, o presidente do STF explicou que a AP 470, devido ao número de réus (38), de testemunhas (mais de 600), de sustentações orais e de imputações, não é um processo usual. "Isso exige uma logística de julgamento também diferenciada, que deve ser definida pelo próprio relator, ministro Joaquim Barbosa", afirmou.
Ayres Britto reiterou o fato de que a ação, para ser pautada, precisa ser liberada para julgamento pelo revisor, ministro Ricardo Lewandowski, "que tem autonomia de vontade, consciência competência e seu próprio ‘timing’, e ele é quem vai decidir". Disso depende, também, o cronograma do julgamento. "Se não for possível encerrarmos em agosto, avançaremos em setembro, mesmo concomitantemente ao processo eleitoral", adiantou.