Ex-estagiário de um escritório de advocacia em Goiânia foi condenado a quatro anos e quatro meses de prisão em regime aberto pelo crime de extorsão. A decisão é da juíza Placidina Pires, da 10ª vara Criminal da capital. De acordo com os autos, ele obrigou uma mulher a entregar R$ 7 mil, sob o argumento de que ela teria a prisão decretada pelo delegado da Decon - Delegacia Estadual do Consumidor.
Na condição de funcionário do escritório, o réu tomou conhecimento que a Decon havia prendido uma quadrilha de hackers em um apartamento no setor Vila dos Alpes, em Goiânia, alugado da vítima. Ele entrou em contato com a mulher e, se passando por advogado, afirmou que havia um pedido de prisão contra ela por suposto envolvimento com a quadrilha e disse à mulher que, por ser muito amigo do delegado, poderia evitar a decretação da prisão mediante pagamento de R$ 10 mil para ser dividido entre o delegado e os policiais civis da delegacia.
Após a vítima alegar que não possuía o dinheiro, o estagiário pediu, sob afirmação que não conseguiria evitar o cumprimento do mandado de prisão por muito tempo, que a mulher lhe entregasse um de seus veículos.
Desconfiando da veracidade, a vítima contratou advogado, que a levou ao Ministério Público e depois à Corregedoria da Polícia Civil, onde ficou sabendo que se tratava de um golpe. O delegado de polícia desmentiu a história da existência de mandado de prisão contra a vítima e orientou que ela prosseguisse com as negociações. Marcado novo encontro, a vítima levou um envelope contendo notas sem valor econômico e, ao receber o envelope, o acusado foi preso por policiais da Decon.