Perigo para magistrados
MPF/MS: descoberto plano para assassinato de magistrados Federais
O MPF/MS pediu à Justiça a transferência do bombeiro Ales Marques, que está detido no Presídio Militar de Campo Grande, para um estabelecimento penal Federal de segurança máxima, preferencialmente fora do estado. O pedido foi ajuizado na última quinta-feira, 3/2.
Investigações revelaram que Ales, mesmo preso, arquiteta a morte de desafetos e de juízes Federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar quadrilha de tráfico internacional de drogas. Entre outras medidas, o MPF solicitou à PF providências para resguardar a integridade dos magistrados ameaçados.
O MPF enfatiza ainda as questionáveis condições da custódia dele no presídio militar, onde está desde julho de 2010. Lá, ele continuou usando celulares livremente.
Diligência fora do presídio
Um outro fato "estarrecedor" foi a notícia da saída dele do presídio em 14 de janeiro deste ano, em uma viatura da PM de MS, junto com um capitão e mais dois policiais militares, para uma "diligência" a uma chácara de Campo Grande, de posse alheia. Ales Marques - sem algemas ou qualquer identificação da sua condição - e os policiais ingressaram no imóvel, contra a vontade do ocupante e sem mandado judicial, onde passaram a fazer buscas, sem especificar o que procuravam.
O fato foi confirmado pela PF, que obteve vídeos da ação e colheu dados que reforçaram as suspeitas da existência de planos de Ales Marques para assassinato dos magistrados e de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande.
Pedidos do MPF
Além da transferência, o MPF pede ainda que a Justiça autorize o compartilhamento de provas com outros órgãos como MP/MS, Corregedoria da PM e a Justiça Militar Estadual. O MPF pede a instauração de inquérito na PF para apuração dos crimes de ameaça e coação contra juízes Federais, por parte do preso.
Entenda o caso
Ales Marques foi preso em flagrante em julho de 2010 e teve a prisão preventiva decretada em outubro de 2010, durante a operação Maré Alta. O MPF denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. Foram apreendidos, com a associação criminosa, quase 80 kg de cocaína.
Conforme a denúncia, a quadrilha atuava com foco no abastecimento, em larga escala, a mercados consumidores de SP, PR e RS. A cocaína, proveniente do Paraguai, ingressava no Brasil pela fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Nesta cidade, a droga era acondicionada em veículos e seguia para o destino.
O acusado responde a duas ações penais, por tráfico e associação para o tráfico transnacional e interestadual de drogas, bem como tráfico internacional de arma de fogo. Os processos correm na Justiça Federal de Ponta Porã.
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