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CNJ recomendará a tribunais que adotem depoimento especial para crianças em casos de violência

O CNJ fará uma recomendação para que os tribunais de todo o país adotem o depoimento especial para escuta de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência nos processos judiciais.

6/11/2010


Recomendação

CNJ recomendará a tribunais que adotem depoimento especial para crianças em casos de violência

O CNJ fará uma recomendação para que os tribunais de todo o país adotem o depoimento especial para escuta de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência nos processos judiciais. "É uma proposta que preserva os direitos fundamentais dentro do processo, garante a proteção integral das crianças prevista na Constituição e permite maior efetividade na coleta das provas para a responsabilização do agressor", destaca a conselheira do CNJ Morgana Richa, relatora do projeto. A recomendação deverá ser submetida à aprovação do Plenário do Conselho na sessão da próxima terça-feira, 9/11.

A prática do depoimento especial consiste na instalação de uma sala adaptada com sistema de áudio e vídeo, além de brinquedos, papel, caneta e livros, de maneira a criar um ambiente apropriado e confortável para a criança, no momento de prestar depoimento à Justiça. No local, um técnico capacitado e apoiado por uma equipe interdisciplinar colhe as declarações, funcionando como um intermediário na comunicação entre a criança e o sistema de Justiça. O equipamento de áudio e vídeo permite que juízes, promotores e advogados acompanhem, de uma outra sala, o depoimento prestado pelo menor, que também é gravado para servir como prova durante toda a tramitação do processo.

"Dessa forma criamos um ambiente menos intimidatório para a criança durante o depoimento pessoal, principal prova para a responsabilização do agressor", reforça a conselheira. Além de fomentar a adoção do depoimento especial nos tribunais de todo o Brasil, a recomendação do CNJ busca padronizar a prática, que hoje é adotada de forma pontual em alguns Estados brasileiros, como é o caso do Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco e Espírito Santo. Segundo Morgana Richa, o CNJ também vai solicitar informações aos tribunais quanto à adoção de iniciativas desse tipo, para monitorar quais estados já utilizam a prática, além de permitir o intercâmbio de experiências bem sucedidas na área.

Boas práticas relacionadas ao depoimento especial foram debatidas até ontem em Brasília, no colóquio nacional promovido pelo CNJ em parceria com a Childhood Brasil. O evento realizado na sede da OAB reuniu juízes, promotores e especialistas no intuito de debater o tema e aperfeiçoar as técnicas de coleta do depoimento de crianças vítimas de violência.

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