Migalhas Quentes

Efeméride - Dia da Árvore

Em comemoração ao Dia da Árvore, o migalheiro Jayme Vita Roso, dono da única floresta urbana de São Paulo, saúda a efeméride em uma poética reflexão sobre as árvores, cujas "sombras nos proporcionam paz e tranquilidade".

21/9/2010

Dia da Árvore

Migalheiro escreve texto em homenagem à efeméride

Em comemoração ao Dia da Árvore, o migalheiro Jayme Vita Roso, da Auditoria Jurídica e dono da única floresta urbana de São Paulo, a Reserva Curucutu, saúda a efeméride em uma poética reflexão sobre as árvores, cujas "sombras nos proporcionam paz e tranquilidade". Além de citação do poema do mineiro Affonso Romano, segue abaixo também algumas fotos da Reserva Ambiental.

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Está comprovado que a biodiversidade, comemorada neste ano, também depende de como, de que forma e de que interesse se plantam árvores. Este trabalho não pode ser feito aleatoriamente nem de espécies que agridem o terreno e, por consequência, o próprio meio ambiente. É o exemplo malévolo das plantações indiscriminadas de eucalipto e de pinos.

De outro lado, a plantação de árvores com a conservação de bosques naturais por particulares passa por uma séria crise neste país, onde tudo é feito de improviso e onde o Poder Público tem se desviado dessa idéia salvífica da natureza. Enquanto as grandes empresas continuam indiscriminadamente a agredir o meio ambiente, seja pela poluição direta ou pela contaminação, seja através de práticas mercadológicas absolutamente inconsequentes, criando uma relação perdulária incapaz de se auto disciplinar. Colabora com esse processo mercantilista a publicidade indiscriminada que tem gerado problemas graves na saúde pública, inclusive, ocasionando um custo social enorme com o aumento das despesas no Sistema de Saúde Pública.

Saudemos o Dia das Árvores. Olhemos quanto elas nos são benéficas. Descansemos à sombra delas que nos proporcionam a paz e a tranquilidade tão necessárias neste mundo, onde o capitalismo é cruel e cruento.

Trouxe para Migalhas quatro fotos da reserva que cuido sem nenhum auxílio dentro da cidade de São Paulo, localizada no seu extremo sul (sub distrito de Parelheiro). Vejam que o amor à Pátria e ao semelhante deveria receber ao menos respeito da comunidade e dos Poderes Públicos. É a triste lamentação que me faz recordar a poesia do mineiro Affonso Romano :

"... vivo

num país que me des/mata

respiro

num país que me enfumaça

acuado

num país que me sequestra

e como resgate exige

minha alma selvagem em pêlo.

Humildemente me recolho

Procuro um colo ou ombro.

Irmão, eu choro

Um amazônico desconsolo"

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