Inauguração
IAMG e Prefeitura de Santa Bárbara inauguram Sala Affonso Penna Júnior
A Sala faz parte do Memorial Affonso Penna, uma edificação histórica, localizada no complexo do Centro Histórico de Santa Bárbara. De acordo com a museóloga Inês Coutinho, o trabalho iniciou em 2009, quando o bisneto de Affonso Penna começou a coletar e a digitalizar todo o acervo do jurista. "Devido a importância do material foi decido criar essa Sala. Nela os visitantes terão acesso a alguns objetos de Affonso Penna Júnior, como sua carteira da ordem dos advogados, fotos, documentos originais, publicações e ricas curiosidades como uma carta enviada pelo pai que data de 1907, imagens dele com seu amigo poeta, Carlos Drummond de Andrade", revela.
Segundo Coutinho, todo o acervo exposto está identificado com dados e informações sobre cada material coletado pelo bisneto, Affonso Augusto Moreira Penna. Além disso, ela destaca que haverá no local um computador onde os visitantes poderão ter acesso ao acervo digital e até mesmo colaborar com informações novas.
Para a museóloga o grande objetivo da Sala Affonso Penna é resgatar a memória de suas principais características, como professor, político, jurista, e como imortal da Academia Mineira de Letras.
Lançamentos
Durante a cerimônia de inauguração da Sala Affonso Penna Júnior, haverá o lançamento de dois livros, sendo eles : "A Arte de Furtar e seu Autor", de Affonso Penna Júnior, Segunda Edição, comentada por Henrique Leal; e também "Retratos Erráticos – Imagem, perfil e personagem na imprensa", do jornalista Regis Gonçalves.
"A Arte de Furtar e o seu Autor"
Crítica de atribuição não é tarefa para qualquer filólogo : poucos têm a coragem de se debruçar, por vezes, anos a fio , em determinada obra apócrifa, obviamente sem assinatura, para desvendar a origem e os motivos que levaram tal autor a escrever tal coisa em tal momento e, principalmente, o porque de não assumir o que fez, sob qual conjuntura, momento histórico e pressão política. Muitas vezes, a bem da verdade, o que se tem são indícios, ainda que fortes, de outra autoria. É este o caso de "A Arte de Furtar", o manuscrito apócrifo mais famoso em língua portuguesa, datado de 1652, cuja origem atravessa séculos de discussões sobre quem teria sido, de fato, o "anônimo, muy zeloso da Pátria".
Para tentar resolver o maior mistério da língua portuguesa, Affonso Penna Junior debruçou-se, por mais de 20 anos, na elucidação do mistério : quem teria sido o autor da Arte de Furtar? Para muitos, durante séculos, possivelmente o padre Antonio Vieira; para Penna Junior, o embaixador português Antônio de Souza de Macedo, mais tarde "Senhor da Ilha de Marajó", no Brasil.
"A Arte de Furtar e o seu Autor", de Affonso Penna Junior, lançado em 1946, o levou à Academia Brasileira de Letras, cadeira n. 7, hoje ocupada pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos. A obra, que está em sua segunda edição, é comentada por Henrique Leal e tem prefácio do deputado Estadual Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
"Retratos Erráticos - Imagem, perfil e personagem na imprensa"
A obra, da Oiti Editora e Comunicação, reúne 39 perfis biográficos e entrevistas com escritores, pensadores, artistas e outras figuras da cena cultural brasileira. Os textos foram pinçados do volumoso arquivo de reportagens assinadas por Regis Gonçalves. O autor cuidou pessoalmente de abrir seu baú de histórias e, como faz questão de ressaltar, o trabalho de seleção dos textos que integram Retratos erráticos foi braçal, de imersão, pesquisa e revisão.
Para o jornalista, são os personagens as grandes estrelas dos textos escolhidos. O que pensavam à época das conversas com o repórter, traços da personalidade, o universo ao redor de cada um deles. "Embora meu intuito tenha sido o de manter, sempre que possível, fidelidade aos textos originais, me permiti certas liberdades, como a de reordenar parágrafos ou alterar ligeiramente alguns títulos, para sua melhor adequação ao ambiente do livro, e até mesmo retificar equívocos, muitas vezes inevitáveis no processo urgente de produção jornalística", explica Gonçalves.
O autor também avalia : "estou convencido de que a reunião dos depoimentos de figuras que se tornaram exemplares em seus respectivos campos de atividade merece ficar registrada em formato menos perecível que o de um jornal diário, ou mesmo de revistas de cunho periódico. Dessa forma poderão, quem sabe, ser resgatados muitos e valiosos conteúdos do limbo a que estariam condenados pelo esquecimento nos arquivos dos jornais como matéria datada".
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