Migalhas Quentes

7ª turma do TST - Empresa paraense é condenada por dano moral coletivo

A empresa de transporte paraense Transurb foi condenada a pagar indenização por dano moral coletivo pela conduta reprovável de estimular seus empregados demissionários a recorrerem à justiça para receber as verbas rescisórias.

8/2/2010


Indenização

7ª turma do TST - Empresa paraense é condenada por dano moral coletivo

A empresa de transporte paraense Transurb foi condenada a pagar indenização por dano moral coletivo pela conduta reprovável de estimular seus empregados demissionários a recorrerem à justiça para receber as verbas rescisórias. A condenação foi imposta pela 7ª turma do TST ao julgar recurso do MPT da 8ª região que se insurgiu contra sentença regional favorável à empresa.

Ao analisar o caso no TST, o ministro Caputo Bastos verificou que a Transurb era recorrente na prática ilegal de orientar os seus empregados demissionários a recorrer à justiça para receber suas contas, constatou ainda que a orientação era feita pela própria chefe do departamento pessoal da empresa. O relator informou que essa estratégia permitia à Transurb se livrar do prazo estipulado pelo artigo 477 da CLT (clique aqui) para quitar as verbas rescisórias devidas ao empregado e transformava a justiça trabalhista "em um órgão meramente homologador dos acordos realizados em juízo para efeito de quitação do contrato de trabalho".

O relator ressaltou que o reconhecimento do dano moral coletivo, além de procurar coibir a empresa a continuar a praticar essa conduta "condenável do ponto de vista ético, jurídico e legal" e a utilizar a JT indevidamente como mero órgão homologador de rescisões contratuais, tem também a função de se evitar "a explosão de ações com pedidos de danos morais individuais decorrentes desse ato ilícito praticado pela empresa".

Tecendo comentários a respeito da conceituação do dano moral, o ministro citou a CF/88 (clique aqui) e os artigos 186 e 927 do CC (clique aqui), que tratam da questão, e explicou que "o dano moral pode atingir a pessoa, na sua esfera individual, mas também um grupo determinável ou até uma quantidade indeterminada de pessoas que sofrem os efeitos do dano derivado de uma mesma origem".

Unanimemente a 7ª turma aprovou a sua decisão de dar seguimento ao recurso de revista do MP, que havia sido trancado pelo Tribunal Regional da 8ª região, e condenar a empresa por dano moral coletivo, considerando que o ato ilícito por ela praticado não atentou apenas contra o empregado do presente caso, mas contra toda a coletividade de trabalhadores. A turma entendeu violado o artigo 5º, V e X, da CF/88.

_______________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Em Júri, promotora acusa advogados de seguirem "código da bandidagem"

19/11/2024

Operação Faroeste: CNJ aposenta compulsóriamente desembargadora da BA

21/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024

A relativização do princípio da legalidade tributária na temática da sub-rogação no Funrural – ADIn 4395

19/11/2024