TVi e educação a distância: rumo à total democratização do ensino
Luiz Flávio Gomes*
Mas papel proeminente nessa área, sem dúvida nenhuma, está reservado para a televisão. Seja a clássica (que conhecemos como ferramenta de entretenimento e de informação), seja a moderníssima televisão via internet (ip). Anotem: a educação vai passar (necessariamente), aliás, já está passando, também, pela televisão interativa (TVi).
Mas de que maneira a televisão pode revolucionar a educação? Bom conteúdo, adoção da interatividade e coletivização da aprendizagem (os alunos devem aprender juntos, tirar dúvidas juntos, manifestar suas idéias globalmente etc.).
A educação a distância pode ser formal ou informal (livre). No que diz respeito à educação formal, vamos aos números: de acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância no nosso país 257 instituições estão autorizadas pelo MEC a ministrar Educação a Distância. São 972.826 estudantes. Esse número, de 2007, representa um crescimento de 24,9% com relação a 2006. Em três anos, o número de alunos em EaD cresceu 213% e o de instituições, 54,8%.
O número de cursos de graduação em EaD cresceu 571% entre 2003 e 2006 e o de matrículas, 315%. Apesar da disseminação, apenas 30% de municípios brasileiros têm universidades, faculdades e centros universitários com cursos presenciais. Vê-se o quanto ainda temos que avançar em matéria de educação superior no nosso país.
A educação a distância foi desenvolvida ultimamente, no Brasil, para dar acesso (mais amplo) aos cursos regulamentados pelo MEC (graduação e pós-graduação). Ou seja: acesso à educação formal.
Mas também na área da educação informal há um grande espaço para o ensino a distância. Em 2003, nossa Rede de Ensino (Luiz Flávio Gomes) inovou e, dessa maneira, tornou-se a primeira (no Brasil e na América Latina) a implantar cursos preparatórios telepresenciais. Começamos com oitocentos alunos, distribuídos em vinte unidades no país. Hoje já chegamos a mais de 480 unidades, com quase cem mil alunos.
Em 2008, ao completar cinco anos na área do Ensino a Distância (de pós-graduação e preparatórios para concursos públicos), nossa Rede passou a atuar também no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Em outubro do mesmo ano veio a fusão com a Uniderp (Anhangüera), que nos possibilitou o ingresso na área da graduação.
A educação a distância é um horizonte infinito, que ganhará força incalculável com a TVi (tevê interativa). Tanto a clássica TV (via satélite) como a nova (via internet), a partir do momento em que se tornarem interativas, cumprirão papel indescritível na área da educação, porque terão públicos (audiências) verdadeiramente ativos. A TVi vai construir um passo decisivo no setor educacional. Para além de prestar os clássicos serviços de informação e de entretenimento, abrirá portas importantes seja para quem está iniciando seus estudos, seja para quem já está formado, seja para a primeira, segunda ou terceira idade.
As primeiras experiências de TVi aconteceram nos EUA (Time Warner em Columbus – Ohio, 1977), no Japão (projeto Hi-OVIS, 1977) e na França (France Telecom, Biarritz, 1979). Falta ainda, no entanto, a difusão global da televisão digital. A transposição do clássico modelo analógico para o digital vai possibilitar a interatividade plena. Essa é a hora da educação ocupar o seu espaço com força total.
No Brasil já temos (ainda que em poucas cidades) a tv digital. Mas a interatividade continua muito pobre, assim como os conteúdos. Esse cenário vai se transformar completamente quando começarem os bons conteúdos com interatividade na sua dupla acepção: acesso do interessado aos conteúdos interativos (interatividade individual) e interatuação do interessado com todos os demais alunos de um determinado curso ou telespectadores de um determinado programa (interatividade coletiva).
A TV (seja a clássica seja a TV via internet) alterará substancialmente sua tradicional postura de meio de comunicação unilateral. Deixará de ser unicamente informação e entretenimento. Vai assumir sua responsabilidade também na área da educação.
Mas na era digital e globalizada não mais se permite a passividade. Muita gente quer participar ativamente do que está vendo ou estudando. O homo videns (o ser humano que se conecta a uma das quatro telas acima mencionadas) já não quer ser somente um espectador. Da arquibancada ele está reivindicando um lugar no gramado. Quer assumir também o palco, quer ser co-autor do espetáculo, do ensino e da aprendizagem.
Oxalá a TVi cumpra um marcante papel de elevação da humanidade!
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