Modismo Ambiental: um bem necessário
Gustavo Brígido de Alvarenga Pedras*
Antonio Caminhas Fasciani Júnior**
Ainda é cedo para se falar em efetiva consciência ecológica e sustentabilidade ambiental. Apesar de grande parte da sociedade não estar minimamente conscientizada nesse aspecto, já evoluímos bastante, pelo menos no campo teórico. Por outro lado, ainda circulam por aí muitos "bregas" do ponto de vista ecológico que ainda insistem em crer que desenvolvimento e meio ambiente não podem caminhar em perfeita consonância de valores.
Não há como negar: somos movidos pela economia, e justamente por isso, vantagens são oferecidas às empresas que se adequam às regras ambientais, visto que o custo de seu produto será majorado. Esse procedimento já é adotado no Brasil, mas infelizmente os consumidores ainda não adquiriram maturidade para dar preferência a um produto que respeite nosso ecossistema, identificado através de um selo verde. O contrário ocorre em países desenvolvidos, onde o consumidor tem plena consciência de tais atos, descartando as empresas tidas como vilãs ambientais.
Como seremos sede da Copa do Mundo em 2014, haverá uma boa oportunidade de divulgar a imagem de um país que, apesar dos obstáculos financeiros, adere aos tratados internacionais sobre o meio ambiente. Um dos mascotes da propaganda brasileira para sediar os jogos foi o respeito ao meio ambiente. O discurso do Presidente da FIFA ao nomear o Brasil como sede dos jogos foi fundamentado na preocupação demonstrada pelo governo em relação à Floresta Amazônica.
Quando se age na vanguarda em consonância com os valores ambientais haverá uma contrapartida, como a facilidade para obtenção de financiamentos e exportação de produtos, além da valoração da imagem internacional do país.
Posições radicais não convencem, sendo necessária uma gradativa adequação às atuais necessidades, para que se atenda à atual e à futura geração.
Ainda que o modismo seja considerado um fenômeno passageiro, esperemos que este evolua e perdure por gerações e gerações. E inegavelmente uma solução para que esta moda pegue, seria por em prática um clichê muito utilizado pelo Senador Cristovam Buarque: "Educação, educação, educação".
Como já dizia Fernando Pessoa:
"Ser ecologista não é apenas ser contra aquilo a que se chama de Progresso, não é apenas ser anti-qualquer coisa ou anti-tudo ou porque está na moda, não é apenas ser por certas manifestações com o seu quê de folclore; ser ecologista é sobretudo acreditar que a vida pode ser melhor se as mentalidades mudarem e tiverem em consideração os ensinamentos que a velha Terra e o ainda velho Universo não cessam de nos transmitir."
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*Advogado, Professor e Diretor do IAMG - Instituto dos Advogados de Minas Gerais
**Advogado Ambientalista. Pós-graduando <_st13a_personname productid="em Direito Ambiental" w:st="on">em Direito Ambiental pelo CAD/Universidade Gama Filho/RJ
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