A inteligência artificial tem se tornado parte do cotidiano de muitos escritórios, mas será que tudo o que sabemos sobre essa tecnologia é realmente verdade? Existem vários mitos em torno da IA que precisam ser desfeitos para que possamos compreender melhor seu uso, seus possíveis resultados e como eles se relacionam com o desenvolvimento das organizações no futuro.
De fato, essa inovação está deixando de ser apenas uma promessa para se tornar uma força real e transformadora nos negócios. A pesquisa da McKinsey sobre a visão dos executivos de tecnologia na América do Sul confirma essa tendência.
No Brasil, 63% dos entrevistados acreditam que o sistema inteligente será imprescindível para alcançar os objetivos institucionais nos próximos três anos. Esse dado reforça a ideia de que, longe de ser apenas uma tendência passageira, a IA é uma ferramenta que faz parte do crescimento e o avanço dos empreendimentos.
O presidente da Red Hat Brasil, traz um ponto importante sobre o uso da inteligência artificial nas empresas. Ele destaca que, embora essa solução seja revolucionária e fundamental para o futuro dos negócios, ela não deve ser vista como uma fonte de ansiedade para os CTOs - Chief Technology Officers, que já enfrentam uma quantidade considerável de demandas. Segundo Magalhães, é importante que a implementação da computação cognitiva seja feita de maneira estratégica e equilibrada, sem perder o foco nas necessidades imediatas da organização.
Nesse sentido, a mensagem é clara: a IA deve ser uma aliada para facilitar e aprimorar os processos, e não um fardo adicional que sobrecarregue os profissionais do setor. Para que a modernização tenha um impacto positivo, os CTOs precisam adotar uma abordagem estruturada, integrando as ferramentas de forma gradual e alinhada às exigências de longo prazo da empresa, sem negligenciar as questões urgentes do dia a dia.
Mitos da inteligência artificial
É muito comum que profissionais comecem a utilizar a inteligência artificial sem um entendimento claro e acabem por acreditar em certos contextos equivocados. Em entrevista para a Forbes, o Head of Business Innovation da Getronics compartilhou quatro mitos que precisam ser desfeitos quando o assunto é investir de forma eficaz em sistemas inteligentes. Esses equívocos podem fazer com que os negócios percam o foco e invistam de maneira errada, sem entender o verdadeiro potencial desse recurso. Alguns desses mitos são:
1. Invista em uma inteligência artificial e ela resolverá seus problemas
Este é um dos maiores mitos que cercam a adoção de inteligência artificial. A ideia de que "basta investir em IA" e todos os problemas da empresa serão resolvidos é uma visão simplista e, na realidade, incorreta.
A computação cognitiva, por si só, não é uma resposta mágica. Ela é uma ferramenta avançada, mas precisa ser aplicada com estratégia e integração adequadas aos processos existentes da instituição. A tecnologia pode automatizar tarefas, otimizar fluxos e fornecer esclarecimentos, mas sua implementação eficaz exige uma compreensão do que realmente precisa ser solucionado dentro da organização.
Sem um alinhamento claro entre o sistema e os objetivos de negócios, o investimento pode acabar se tornando ineficiente, resultando apenas em custos extras sem retorno significativo. Portanto, a solução disruptiva deve ser tratada como uma parte de um plano maior de transformação digital, onde o foco está em como ela pode aprimorar procedimentos e gerar melhores retornos.
2. Todo mundo precisa de uma grande estratégia de IA
Outro mito comum é que toda empresa precisa de uma estratégia complexa de inteligência artificial. Embora a ferramenta tenha um enorme potencial de mudança, nem todos os negócios, especialmente os de pequeno e médio porte, precisam de estratégias extremamente elaboradas.
A verdadeira questão é a forma como a solução é integrada de maneira prática e funcional nos processos da corporação. Uma abordagem funcional pode ser construída de forma colaborativa com os líderes de diferentes áreas.
O foco deve estar na adoção gradual e objetiva da computação cognitiva, alinhada com as demandas reais da organização, e não na criação de cargos ou planos complexos que podem ser dispensáveis no início da jornada.
3. Invista pesado nas principais tecnologias de IA
Muitos empreendimentos acreditam que, para obter resultados com a IA, precisam investir nos recursos mais avançados e caros logo no início.
Tudo deve acontecer de forma gradual. Logo, o primeiro passo para essa inclusão deve ser avaliar as demandas da empresa e buscar respostas mais acessíveis e práticas. O segredo está em adotar aquela que seja ideal para o momento da corporação, priorizando respostas dinâmicas e escaláveis ao invés de se arriscar em soluções complexas e caras sem uma necessidade clara.
4. Apenas grandes empresas podem utilizar IA
Por muito tempo, a inteligência artificial foi vista como uma tecnologia reservada para grandes negócios com orçamentos maiores e acesso a uma equipe de especialistas. No entanto, isso é totalmente equivocado.
Hoje em dia, ela está se tornando cada vez mais acessível para empresas de todos os tamanhos, incluindo as pequenas e médias. Isso porque, as ferramentas estão sendo adaptadas para se encaixar em orçamentos menores e com implementações mais enxutas, permitindo que qualquer organização possa se beneficiar desse recurso.
As PMEs podem incorporar soluções disruptivas que automatizam tarefas simples, como atendimento ao cliente via chatbots ou análise de dados para otimizar marketing e vendas. Isso possibilita que esses estabelecimentos concorram em pé de igualdade com grandes players, melhorando sua competência, personalizando a experiência do consumidor e, consequentemente, ganhando competitividade no mercado. O sistema inteligente já não é mais um privilégio de grandes corporações; ela está ao alcance de todos que desejam inovar e crescer.
Principais desafios da tecnologia cognitiva
A implementação dos sistemas inteligentes no setor jurídico enfrenta determinados desafios, sendo um deles a resistência natural dessa área tradicional. O Direito é, por sua essência, conservador, com procedimentos e práticas que, por décadas, seguiram uma estrutura rígida.
Nesse sentido, a introdução de novas modelos, como a IA, demanda um processo de adaptação e também um entendimento amplo sobre como essas ferramentas podem ser integradas sem comprometer os valores centrais da profissão, como a justiça, a imparcialidade e a ética.
Embora ela tenha a capacidade de otimizar uma série de etapas, como a análise de contratos, a gestão de documentos e até a pesquisa de precedentes, sua aplicação na advocacia ainda gera ceticismo. Isso porque, muitos profissionais da área temem que a automação possa substituir o julgamento humano, especialmente em um campo tão complexo e interpretativo como a legislação. Além disso, as questões éticas relacionadas ao seu uso, como a privacidade dos dados e a transparência das decisões sistematizadas, criam um cenário de incerteza.
As tecnologias emergentes podem trazer benefícios reais ao campo legal, mas para que sua aplicação seja efetiva, será necessário um equilíbrio entre modernização e a preservação da confiança pública nas práticas legais. A adaptação do Direito à inteligência artificial é mais do que uma questão pontual e sim também um exercício de repensar e redefinir a forma como as escolhas acontecem, certificando que o mecanismo seja usado de forma segura.
O futuro do Direito, portanto, exigirá um esforço conjunto de dispositivos e jurisprudência, a fim de incluir essas inovações para que contribuam para um sistema legal mais ágil e acessível, sem perder de vista sua função primordial de garantir a justiça.
Como a IA pode ajudar empresas e escritórios
A utilização de inteligência artificial tem se expandido rapidamente no Brasil, com várias corporações adotando essa tecnologia para aprimorar a capacidade operacional e a experiência do consumidor. Segundo uma pesquisa encomendada pela IBM em 2022, 41% das empresas no Brasil já implementaram o recurso em seus processos.
Um exemplo notável de uso bem-sucedido no Brasil vem da MRV Engenharia, uma das maiores construtoras do país. O empreendimento tem aplicado a inovação em diversas áreas, desde o suporte ao cliente até a gestão de compras de materiais.
Já a Hering, uma marca de moda no Brasil, também tem adotado a inteligência artificial para otimizar suas operações. A empresa utiliza a inovação para monitorar as vendas de roupas e definir quais locais são mais estratégicos para abrir novas lojas. A tecnologia permite que a Hering tome decisões mais assertivas sobre onde concentrar seus esforços de expansão, melhorando sua eficiência e atendimento ao cliente, e permitindo um melhor alinhamento com as preferências de consumo de seus clientes.
Outra empresa que se destaca pelo uso da IA, é a Netflix, o streaming utiliza a solução para criar uma experiência personalizada para cada um de seus usuários. Assim, ela aplica algoritmos para analisar o comportamento de consumo de cada usuário e, a partir dessas informações, oferecer recomendações personalizadas de filmes e séries. Desse modo, transforma a experiência do usuário, tornando-a mais envolvente e ajustada aos interesses individuais.
Assim como grandes empresas têm adotado esse avanço, os escritórios de advocacia também têm sido beneficiados igualmente dessas possibilidades, aproveitando as vantagens da automação para otimizar seus processos e reduzir custos.
Com o uso da computação cognitiva, os escritórios conseguem lidar com um volume muito maior de ações e documentos sem aumentar significativamente o número de colaboradores, o que ocasiona em uma considerável redução de custos.
Ao incluir a IA de forma estratégica, os escritórios acompanham as tendências do mercado e se posicionam na vanguarda da modernização, oferecendo serviços mais promissores. Isso porque, essa adoção no setor jurídico não é apenas uma questão de acompanhar o progresso tecnológico, mas sim de otimizar operações, melhorar a qualidade dos suportes prestados e, ao mesmo tempo, aumentar a competitividade no mercado do Direito.
Inteligência artificial para pequenas e grandes empresas
A inteligência artificial tem conquistado rapidamente um papel central nas operações de empresas em todo o mundo, transformando desde pequenas iniciativas até grandes corporações. Essa revolução tecnológica está mudando a forma como os processos são realizado e também redefinindo a experiência do consumidor e a própria dinâmica do mercado.
Ao incorporar soluções disruptivas, as organizações podem automatizar atividades repetitivas, aprimora as decisões e alcançar níveis de personalização e eficiência que antes pareciam inatingíveis.
Para os negócios que se encontram no caminho da evolução digital, a IA é mais do que uma ferramenta, é uma ponte para um futuro mais funcional, ágil e adaptável. A integração desses mecanismos no cotidiano permite um repensar das práticas de gestão, desenvolvimento de produtos e atendimento ao cliente, tudo enquanto proporciona um espaço para inovações futuras que ainda estão por vir.
O que parecia um desafio em um primeiro momento, agora se apresenta como uma oportunidade estratégica essencial para aqueles que buscam prosperar em um mercado cada vez mais digitalizado.