Estamos prestes a vivenciar um período de grande transferência de patrimônio, decorrente de um fenômeno geracional. A acumulação de riqueza oriunda do período de crescimento global no pós-guerra será transferida aos herdeiros, gerando um impacto estimado na faixa dos trilhões de dólares em todo o mundo.
A problemática se inicia através de algumas aflições que preocupam as instituições, os colaboradores, o mercado, a cooperativa, e principalmente quem mais importa: A família.
Sendo questão de cultura, criação ou vocação, percebe-se que a geração que irá receber a grande capacidade de produção e circulação de riqueza não se encontra preparada para assumir um papel de gestão empresarial.
Quando se trata da sustentação e progresso de uma marca, de um produto único, ou de um processo que funciona e dá certo, alguns mecanismos jurídicos podem e devem ser utilizados para alcançar uma eficiência no aspecto da governança.
Dentre os instrumentos existentes, destaca-se a utilização da holding familiar para administrar e perpetuar o patrimônio construído ao longo dos anos. Essa estrutura possui como objetivo concentrar o patrimônio, detendo participações em outras empresas ou investimentos em diversos ativos, como imóveis, ações, títulos, entre outros.
Os aspectos vantajosos do planejamento sucessório através de holdings são: Proteção patrimonial, previsibilidade financeira e tributária, bem como a gestão eficiente do patrimônio.
É importante ressaltar que o desenvolvimento do planejamento sucessório através de holding facilita a transferência do patrimônio de forma organizada e eficiente. Através de um acordo de sócios, define-se as regras sucessórias e de administração que evitarão conflitos familiares e perpetuarão o legado familiar.
Também não há transmissão de legado (seja no sentido patrimonial, seja na cultura) sem compreender os números contábeis e societários.
Afinal, sucessão não é apenas integralizar imóveis na holding ou adiantar o pagamento de tributos. Sucessão é a construção de uma família madura no sentido de compreender qual o caminho da jornada exclusiva e o respectivo efeito financeiro de cada escolha.
Ou seja, sem a compreensão quantitativa, a família e a equipe profissional envolvida não transformam patrimônio em legado.