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Advocacia do presente, pensando no futuro: Transformando desafios em compromissos

A advocacia está diante de uma encruzilhada que exige resiliência, inovação e dedicação a princípios fundamentais.

14/8/2023

No Brasil, país que abriga uma das maiores concentrações de faculdades de direito do mundo, a advocacia se depara com um cenário em ebulição. À medida que os avanços tecnológicos moldam a sociedade e a crescente demanda por responsabilidade social ganha força, é crucial examinar como a advocacia se integra a esse contexto dinâmico e como os princípios éticos e sociais dos advogados se reinventam diante dessas mudanças.

Em um ambiente de inovações disruptivas e mudanças rápidas, a advocacia no Brasil não pode se dar ao luxo de ignorar a maré tecnológica. Processos judiciais digitalizados, inteligência artificial aplicada à análise legal e até algoritmos de previsão de decisões estão redefinindo a abordagem dos advogados. Nesse cenário, é crucial encontrar um equilíbrio entre a tradição jurídica e a adaptação a essas mudanças vertiginosas, garantindo que a justiça e a qualidade não sejam sacrificadas no altar da eficiência.

Em um mundo onde questões sociais e éticas se ampliam – sobretudo num dos países mais desiguais do mundo, a advocacia tem um papel preponderante. A busca pela justiça não pode ser confinada às paredes dos tribunais, mas precisa se estender à defesa dos direitos humanos, ao acesso equitativo à justiça e à promoção da igualdade. A ética na prática profissional assume um significado mais urgente, assegurando que as advogadas e os advogados se ergam como defensores incansáveis da integridade e da equidade.

A igualdade de gênero emerge como uma pauta incontornável, conferindo à advocacia uma tarefa imperativa. A profissão deve se alinhar com a promoção da equidade e inclusão, elevando as vozes das advogadas e transformando o ambiente de trabalho em um espaço livre de discriminação e preconceito. Nesse contexto, a interseção entre a pauta ESG (Ambiental, Social e Governança) e os compromissos éticos são imprescindíveis. Advogadas e advogados assumem a responsabilidade de orientar suas atuações, assegurando também que empresas e instituições atuem de maneira responsável e sustentável.

A proliferação de faculdades de direito no Brasil cria uma miríade de profissionais, tornando o mercado extremamente competitivo. Em um momento de desafios e oportunidades entrelaçados, advogadas e advogados detêm a capacidade de moldar não apenas o cenário jurídico, mas também a própria sociedade.

Neste cenário, a advocacia está diante de uma encruzilhada que exige resiliência, inovação e dedicação a princípios fundamentais. Ao adotar as mudanças com responsabilidade e ao comprometer-se com uma advocacia mais justa e consciente, podemos podem não apenas enfrentar os desafios, mas também liderar a transformação do próprio conceito de justiça.

Melina Girardi Fachin
Advogada e professora adjunta dos cursos de graduação e pós graduação da UFPR.

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