A cultura empresarial brasileira tem uma relação ambígua com o internacionalmente famoso "jeitinho brasileiro".
Por um lado, muitos empresários reconhecem que o jeitinho pode ser uma ferramenta útil para contornar burocracias e resolver problemas de forma rápida e informal. Em um ambiente onde a legislação é complexa e a eficiência institucional nem sempre é garantida, o jeitinho pode ser visto como uma forma de adaptação necessária para alcançar resultados, apesar de polêmico muitas das vezes.
No entanto, essa percepção não é unânime, e muitas empresas estão buscando adotar uma cultura mais ética e transparente. Por que será?
O jeitinho também pode ser associado a práticas questionáveis, como corrupção e desvio de conduta, o que gera preocupações quanto à reputação e responsabilidade social das empresas que o adotam.
Hoje como sabemos em um contexto globalizado, a cultura empresarial brasileira enfrenta desafios ao lidar com parceiros internacionais que podem ter perspectivas distintas em relação a esse internacionalmente famoso jeitinho.
Não só na cultura empresarial americana mas em muitas culturas empresariais estrangeiras, a ética e a conformidade com as regras, os conhecidos compliances, são valorizadas acima de tudo, o que pode gerar conflitos e mal-entendidos nas relações comerciais.
Dessa forma, é essencial que as empresas brasileiras busquem um equilíbrio entre a flexibilidade e adaptabilidade inerentes ao jeitinho e os princípios éticos e legais fundamentais para uma atuação responsável e respeitada globalmente.
Essa mudança de mentalidade implica em investir em práticas de governança sólidas, programas de compliance eficientes e uma cultura interna que promova a honestidade, a integridade e a transparência em todas as esferas de negócio. Ao fazer isso, as empresas brasileiras poderão enfrentar os desafios do mercado não só americano mas como internacional com maior confiança e credibilidade, que lamentavelmente sabemos que hoje a imagem brasileira está muito comprometida.