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O panorama da regulamentação das apostas esportivas no Brasil

É importante que a regulamentação seja cuidadosamente elaborada, levando em consideração os aspectos de proteção ao jogador e a integridade do jogo.

6/6/2023

As apostas esportivas são uma prática que tem ganhado cada vez mais popularidade no Brasil e no mundo. Com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à internet, essa forma de entretenimento e possibilidade de lucro tem atraído a atenção de muitas pessoas. No entanto, no Brasil, a regulamentação das apostas esportivas ainda está em processo de definição e discussão.

Atualmente, as apostas esportivas no Brasil são regidas pela Lei Pelé (lei 9.615/98), que trata do desporto no país. De acordo com essa lei, é proibido o jogo de azar no território nacional, com exceção das loterias federais, cassinos físicos em localidades específicas e jogos de bingo em certas condições. A falta de uma legislação específica para as apostas esportivas online tem gerado um vácuo legal e levado muitos brasileiros a recorrerem a sites estrangeiros não regulamentados.

No entanto, em 2018, um marco importante ocorreu com a aprovação da lei 13.756/18, que autoriza as apostas esportivas de cota fixa no Brasil. Essa lei estabelece que as apostas esportivas podem ser realizadas tanto em eventos reais quanto virtuais, abrindo caminho para a legalização desse mercado no país. No entanto, a regulamentação específica para as apostas esportivas online ainda está pendente, sendo objeto de diversos projetos de lei.

Dentre as principais discussões em torno da regulamentação das apostas esportivas no Brasil, estão a definição da carga tributária sobre as operações, a proteção aos consumidores, o combate à lavagem de dinheiro e à fraude, além da promoção do jogo responsável. Esses são pontos cruciais a serem considerados para o estabelecimento de uma regulamentação adequada que beneficie todos os envolvidos no setor.

A regulamentação das apostas esportivas no Brasil traz uma série de benefícios potenciais. Em primeiro lugar, ela poderia trazer um aumento significativo na arrecadação de impostos para o país, já que as operadoras de apostas seriam obrigadas a pagar taxas e tributos sobre suas receitas. Esse incremento na arrecadação poderia ser utilizado em investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Além disso, a regulamentação das apostas esportivas poderia contribuir para o combate à atividade ilegal. Ao criar um ambiente regulamentado, as autoridades teriam maior controle sobre as operações de apostas, reduzindo a atuação de sites não licenciados e evitando a prática de fraudes. Isso proporciona mais segurança para os jogadores, que poderiam apostar em plataformas regulamentadas e confiáveis.

Outro aspecto importante é a possibilidade de fomentar o esporte no Brasil, pois parte das receitas provenientes das apostas esportivas poderia ser direcionada para programas de incentivo e desenvolvimento esportivo, fortalecendo as modalidades e contribuindo para a formação de novos talentos. Esses investimentos poderiam ter um impacto positivo em diversas áreas, como a melhoria das infraestruturas esportivas e o apoio a atletas de alto rendimento.

Entretanto, é necessário destacar que a regulamentação das apostas esportivas deve ser acompanhada de medidas de proteção ao jogador. O jogo responsável é fundamental para evitar problemas relacionados ao vício em apostas e outros transtornos associados. A regulamentação deve estabelecer mecanismos de prevenção e tratamento, bem como limites de apostas e restrições para públicos vulneráveis, como menores de idade.

Em suma, o panorama da regulamentação das apostas esportivas no Brasil ainda está em evolução. A recente aprovação da lei que autoriza as apostas esportivas de cota fixa é um avanço significativo, mas é necessário estabelecer uma regulamentação específica para as apostas online. A criação de um ambiente legal e seguro para as apostas esportivas pode trazer benefícios econômicos, combater a ilegalidade e promover o desenvolvimento do esporte no país. No entanto, é importante que a regulamentação seja cuidadosamente elaborada, levando em consideração os aspectos de proteção ao jogador e a integridade do jogo.

Aldson Rupp
Bacharel em Direito pela Faculdade Joaquim Nabuco. Especialista em Direito Tributário e Gestão Corporativa pela Universidade Federal de Pernambuco.

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