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Falsificar documentos para entrar nos Estados Unidos pode resultar em prisão

Escolher a ilegalidade sempre trará dores de cabeça. Pode não acontecer de forma instantânea, mas, eventualmente, a conta irá chegar.

23/1/2023

Entrar nos Estados Unidos de modo legal não é algo simples, mas isso não é uma justificativa para escolher caminhos errados quando a ansiedade fala mais alto.

Há diversos casos em que as pessoas usam documento falsos, que possam facilitar a aprovação de vistos nas embaixadas dos Estados Unidos. No entanto, esse método é monitorado pelas autoridades e pode resultar em sérias consequências.

Recentemente, um servidor público brasileiro foi preso pela Polícia Civil de Brasília por oferecer técnicas de como se portar em uma entrevista de solicitação de um visto, cobrando 2 mil reais por pessoa e até 50 mil reais daqueles que, efetivamente, conseguiam entrar nos EUA com suas dicas. Além disso, ele falsificava documentos como holerites, contracheques, declarações de imposto de renda e de bens e, até mesmo, certidões de casamento.

Os policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor cumpriram o mandado de busca e apreensão na residência do investigado, localizada no estado de Goiás.

Um caso parecido aconteceu em agosto de 2022, em que a mesma Polícia Civil de Brasília prendeu três pessoas envolvidas em um esquema de falsificação de documentos para vistos e viagens. Os suspeitos, além do serviço ilegal relacionado a documentação, ofereciam moradia, transporte e dicas de como se portar na entrevista para obtenção das autorizações. Na residência dos envolvidos, foram encontradas impressoras e celulares.

Nessa mesma operação, outras sete pessoas foram detidas por portarem comprovantes de renda falsos quando foram atendidas em um consulado de Brasília. Isso mostra que as consequências não existem apenas para quem oferece esse tipo de serviço criminoso, mas também para aqueles que acreditam que essa seja a melhor escolha para começar uma vida em outro país.

É difícil acreditar que ainda há quem esteja disposto a pagar aproximadamente 10 mil dólares para que alguém falsifique documentos, mas não tem essa disposição para contratar um advogado que, muito provavelmente, conseguirá a mesma aprovação seguindo todos os trâmites legais. E pior, essas pessoas podem ser presas por realmente acreditarem que esse é o melhor caminho.

Escolher a ilegalidade sempre trará dores de cabeça. Pode não acontecer de forma instantânea, mas, eventualmente, a conta irá chegar.

Daniel Toledo
Advogado do escritório Toledo Advogados Associados. Especializado em Direito Internacional. Consultor de negócios. Palestrante. Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB/SP e Santos.

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