Alguns perguntam: vai existir advogado no futuro?
Não tenho dúvidas. O uso da inteligência artificial trará agilidade à resolução dos conflitos, agregará valor, principalmente às atividades repetitivas e manuais. Mas, nada mudará o protagonismo humano, sua presença no gerenciamento de riscos e na procura de soluções personalizadas.
O advogado do futuro não é aquele que acompanha as tendências, é aquele que antecipa as tendências.
A INOVAÇÃO
Um tema inconteste para o direito. A existência de fatos que passam a ter relevância jurídica pelo avanço tecnológico; a necessidade de tomadas de decisões jurídicas nos cenários de riscos e incertezas; a inexistência de normas jurídicas, que vão sendo gradativamente construídas com o avanço das relações nos cenários e guiadas pela economia; e (inclusive) a ressignificação dos bens juridicamente tuteláveis; são exemplos dos impactos das novas tecnologias sobre as relações jurídicas. O direito deve criar parâmetros para regular essas relações sociais. Não há como considerar que podemos nos ater somente a uma doutrina tradicional.
APRENDA A ENCANTAR CLIENTES
Desenvolver inteligência emocional sempre foi um diferencial e rotina de qualquer profissão, as chamadas soft skills. As habilidades sociais que permitem estabelecer elos fortes com os clientes e a sua fidelização. Nós entregamos relacionamentos, esse é o nosso negócio. Os clientes não compram mais um produto ou serviço. Compram a experiência. Então, a experiência positiva deve ser o objetivo de todos no escritório. Superar as expectativas, encantar, prestar atenção nos detalhes, são atitudes simples e fáceis de implantação.
Construir um bom marketing jurídico permite que o advogado amplie sua área de atuação. Afinal, não existe mais o advogado de comarca. Não estamos mais contidos em nosso próprio endereço.
Não se engane, o marketing também chegou aos escritórios de advocacia, mesmo com todas as normas de ética ditadas pela Ordem dos Advogados do Brasil. O advogado não deve se abster de utilizar o marketing digital para se posicionar no mercado. Trabalhar com marketing de conteúdo, ter um site, estabelecer contatos, utilizando as redes sociais, gerando visibilidade e credibilidade para ser negócio.
Mas, não poste por postar. Invista em um site responsivo (que se adapta ao uso de computador, tablet ou celular). Criar textos de qualidade é muito importante. Crie conteúdos relevantes a seus potenciais clientes. Entenda as técnicas de SEO – Search Engine Optimization. Essa técnica é um conjunto de estratégias que permitem que seu site, mesmo sem investimento de patrocínio, alcance boas posições nos buscadores de pesquisa. Busque aprender o uso de Tag Title, palavra-chave e e-mail marketing sem gerar punições.
A TECNOLOGIA NA ESFERA JURÍDICA
A transformação digital, a pandemia, provaram que ao advogado não basta conhecer leis. Ele deve ter flexibilidade e facilidade de adaptar-se ao constante ambiente de mudança.
Manusear aplicativos, operar softwares para acompanhamento dos processos nos tribunais, são conhecimentos indispensáveis para o exercício básico da profissão.
O uso da internet e computadores alterou até mesmo a forma de pesquisa, a otimização dos processos de contratação, a gestão do tempo e produtividade, a melhora da jornada do cliente e a personalização na prestação de serviços.
Toda essa transformação trouxe como consequência o surgimento de empresas que prometem a resolução dos problemas jurídicos, especializadas em inteligência artificial, automação, monitoramento de dados, resolução de conflitos online, gestão de escritórios, dentre vários outros temas. São as chamadas legal techs e law techs.
Hoje startups desenvolvem soluções inovadoras que tornam o exercício do direito muito mais produtivo e eficaz. Plataformas que trabalham sob o conceito one-stop-shop (onde o consumidor pode encontrar diversos tipos de serviços e produtos, como em uma loja de conveniência), com recursos tecnológicos para o mercado jurídico, como negociação de acordos online, aquisição de crédito judicial, jurimetria ou simplesmente a automatização dos ciclos contratuais.
Temos outras tecnologias emergentes que impactam e impactarão ainda mais o direito e as atividades jurídicas. A tecnologia blockchain, os smart contracts e as criptomoedas, hoje movimentam mais de 1 trilhão de dólares em volume de negociação.
Os contratos inteligentes mudaram totalmente a forma como os agentes econômicos transacionam no mercado, e com isso a atuação dos advogados também mudou. Os contratos são assinados sem que se conheça a identidade dos que transacionaram pelos contratantes. As cláusulas podem ser automatizadas, trazendo eficiência e segurança às partes.
Até aqui só falamos da área cível, mas temos que lembrar que o blockchain beneficia enormemente a justiça criminal, e seu complexo sistema de documentos físicos. Integrar as informações, unindo polícia, judiciário e agentes penitenciários, com atualização instantânea de informações, registros precisos e a oferta de informações ao público.
Mas, o que é blockchain? De forma muito simplificada, funciona como um livro que registra transações.
Iniciadas as transações com blockchain, foi necessário validar o intercâmbio monetário. Criou-se a criptomoeda. Para trazer confiança e eficiência a essa circulação de moedas, o sistema financeiro eletrônico de pessoa para pessoa criou o BITCOIN.
Então, atente às novas competências: Isso é Direito aliado à tecnologia. São novas áreas, onde o advogado que adquirir habilidades, não só jurídicas, mas também de inteligência emocional, gestão, liderança e negociação, dentre outras, não terá concorrência à altura no mercado. Assim como não terá mais comarca única de atuação.