Migalhas de Peso

De utopia à realidade: a chapa única da OAB em 2022

E a máxima do “ano novo, vida nova” rumo à construção de um consenso futuro.

3/1/2022

Era novembro do ano passado quando repercutimos algumas reflexões sobre o processo eleitoral nas seccionais da OAB, mormente em Santa Catarina.

À época daquele texto, uma provocativa indagação que circundava (para muitos) a utopia, traçava o cerne das ideias propostas nas linhas em que citei Freud, Voltaire e Aristóteles. Assim, era posto: “haverá consenso na escolha do(a) Presidente da OAB/SC por meio da articulação que contemple a chapa única?”

Notadamente, é sabido que um processo eleitoral democrático é pautado por múltiplas candidaturas e alicerçado no sério debate de ideias no afã de contribuir para o enriquecimento da retórica.

Todavia, quando se trata de uma entidade de classe com a envergadura, força e prestígio da Ordem dos Advogados do Brasil, talvez a composição de uma chapa única possa denotar à sociedade, justamente a articulação dos predicados elencados.

E é exatamente o que poderá demonstrar a escolha do novo presidente da OAB nacional, o advogado José Alberto Ribeiro Simonetti, cujo vice-presidente será o catarinense Rafael Horn (ex-presidente da OAB/SC).

“Poderá demonstrar”, pois ao virarmos a folha do calendário com os olhos no futuro, novamente mergulhamos na máxima do “ano novo, vida nova”. Frase batida que nos remete às promessas, metas e desejos que elencamos para o próximo ano. Todavia, se não houver planejamento, comprometimento e, sobretudo, engajamento, nada muda!

E cabe sopesar que, bem verdade, as eleições marcadas para dia 31 de janeiro só terão chapa única em razão das demais concorrentes não terem alcançado o mínimo apoio exigido (que é de seis Estados).

Desta feita, pelo próximo triênio de gestão que inicia em 1º de fevereiro, a nova direção da OAB nacional poderá transformar a falta de “musculatura” dos demais postulantes em consenso futuro.

Afinal, como já exposto no texto de 29/11/21, “quando pensamos mais no ‘eu’ em detrimento do ‘nós’, num aflorar do Narciso entranhado nas mazelas dos homens, o resultado é a ‘Catarse de Aristóteles’ (uma espécie de purificação da alma por meio de um trauma).

Portanto, serão três anos para os(as) advogados(as) brasileiros(as) partirem da utopia à realidade por meio da promoção da dita unidade de opiniões, pensamentos e sentimentos sobre (e para) o bem da advocacia. O primeiro passo foi dado!

Sorte ao novo presidente e uma dose de altruísmo a todos.

Feliz 2022!

Thiago de Miranda Coutinho
Jornalista e Pós-graduado em Inteligência Criminal. Atualmente, é Agente de Polícia Civil em SC, graduando em Direito (Univali) e autor de diversos artigos publicados. Instagram: thiago_dm_coutinho

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