Conhecemos vários advogados e advogadas que gostam de ser empregados. Outros tantos o fazem por necessidade.
São pessoas que só querem acordar, sair cedo para trabalhar, voltar no fim do expediente e receber seu salário no final do mês. Essas pessoas não querem fazer captação de clientes. Não querem se preocupar se o cliente vai pagar. Não querem esperar o judiciário expedir o alvará para ele receber seus honorários.
Essas pessoas também não querem se preocupar em pagar aluguel do seu escritório, pagar energia, internet, água, contador etc. Não querem perder o sono com as contas nem com as preocupações de ser advogado autônomo ou dono de escritório.
Enfim, só querem trabalhar e receber o salário ao final do mês.
Pensando no(a) advogado(a) empregado(a) e aproveitando o momento de eleições da OAB em todo o Brasil, esta é a oportunidade ideal para propormos soluções e melhorias para estes profissionais.
Nós realmente gostaríamos que os Conselhos Seccionais da OAB, bem como o Conselho Federal, criassem o Programa de Inserção e Reinserção destes profissionais no mercado de trabalho.
Esperamos que os candidatos, ou pelo menos parte deles, recebam a ideia, coloquem em debate e a melhorem. O importante é cuidar do advogado empregado.
A inserção vale para os recém formados, que buscam ingressar no mercado de trabalho pela primeira vez. Muitas vezes, precisam saber onde e como procurar o 1º emprego, sem experiência.
A reinserção é para os que trabalham há alguns anos como empregado e agora perderam o emprego. Gente que trabalhou, por exemplo, por 15 anos numa empresa que fechou as portas. Onde e como procurar novo emprego? O que fazer para ser recolocado no mercado?
Existem advogados empregados com carteira de trabalho assinada; há os advogados associados, mas que na realidade são empregados; há advogados contratados como pessoa jurídica (PJ); e há ainda os que estão na informalidade, sem nenhum documento jurídico.
Onde esses advogados e advogadas empregadas estão trabalhando? Eles trabalham nos escritórios de advocacia e em departamentos jurídicos de empresas. Neste contexto, qual é o maior gargalo para os advogados empregados e para os empregadores?
O maior gargalo é promover o encontro de quem quer contratar com quem deseja ser contratado. Atualmente, as vagas são divulgadas por empresas de recrutamento e recursos humanos, pelas redes sociais, pelo próprio site do contratante e pela indicação boca a boca.
Mas muitas empresas e escritórios têm dificuldade em encontrar o profissional que deseja. Na outra ponta, muitos profissionais não sabem procurar e têm dificuldade de encontrar uma vaga.
Para isso, proponho à OAB dos estados, junto com as Caixas de Assistência e o Conselho Federal, criarem o Programa para o Advogado Empregado.
A OAB forneceria gratuitamente o serviço de recrutamento e seleção. Incentivariam qualquer pessoa que quisesse contratar advogado empregado para divulgar a vaga e fazer a seleção através do recrutamento e seleção da OAB. Afinal, quem melhor do que a OAB para recomendar um advogado?
Com certeza, o serviço de recrutamento e seleção das vagas de emprego para advogado(a) em um único local no estado ajudaria muito estes profissionais. Além do recrutamento e seleção, a OAB forneceria ao advogado empregado o serviço de treinamento e desenvolvimento.
Quais são os requisitos que a vaga de emprego exige? Vamos fornecer treinamento e desenvolvimentos necessário.
Se precisa saber mais de informática, qualifique o advogado. Precisa saber cálculos trabalhistas, treine o advogado para isso.
Com o tempo, fomente junto com os empregadores a valorização dos advogados empregados para que recebam salários dignos e justos. Com certeza, esse serviço vai facilitar a vida de todos os advogados que buscam inserção e reinserção no mercado de trabalho.
Enfim, essa é uma proposta embrionária, apenas um pontapé, mas merece uma boa lapidação. Temos grandes mentes criativas na OAB, com certeza elas poderão melhorar muito o suporte aos advogados e advogadas empregados..