Ao caminhar pela cidade de São Paulo é possível observar uma grande variedade de áreas verdes e vegetações, presentes em vagas e escadarias verdes, calçadas com poços de infiltração, biovaletas, bosques de conservação e, principalmente, jardins de chuva. Todas estas obras estão sendo realizadas pela Prefeitura e Subprefeituras, divididas em diversas políticas públicas, gerando impacto e melhoria na vida dos cidadãos.
As políticas públicas são programas e ações, planejados e executados pelo poder público, podendo ser em âmbito municipal, estadual ou federal, para garantir um direito, previsto na legislação brasileira, inclusive na nossa Constituição Federal. O poder executivo é o principal agente que planeja e executa as políticas públicas, podendo ter a colaboração do legislativo ou outros órgãos, exemplo do Conselho Estadual da Juventude, que realiza um acompanhamento destas políticas, além de formular e apresentar novas ideias, focadas na juventude e no meio ambiente.
Dentre os muitos projetos que visam o meio ambiente na capital paulista, é possível citar: o Projeto de Paisagismo FLOReCIDADE, que revitaliza, planta novas mudas e amolda as áreas verdes; o Projeto Piloto de Arborização de Calçadas, que aprimora o processo de arborização das calçadas com plantio de árvores, implantação de vagas verdes e adequação urbanística; e o Programa Gentileza Urbana, que tem transformado todo o centro, retirando o cimento e o cinza da cidade e plantando vida, cor e soluções para problemas urbanos, com os jardins de chuva sendo o seu carro-chefe.
Este Programa Gentileza Urbana tem como principal objetivo reduzir o número de alagamentos na cidade de São Paulo e conta com mão de obra municipal e voluntária, envolvendo também a sociedade civil. Interessante ressaltar que as mudas utilizadas são cultivadas em um viveiro municipal e são selecionadas tanto por serem nativas, como por serem rústicas, para suportar o período de secas e de grandes precipitações.
Destaca-se que, com o auxílio deste Programa, a cidade já conta com 126 jardins de chuva. O projeto tem tanta relevância, que é possível encontrar na Rua Major Natanael o maior sistema de jardins de chuva do Brasil, congregando 11 jardins dispostos em pontos projetados, com mais de 2.700 metros quadrados de área verde, que absorvem 5% da capacidade do piscinão do Pacaembu. Ademais, somando a área de todas as intervenções ambientais deste tipo, obtém-se um total de área permeável de mais de 22 mil metros quadrados. Também existe um planejamento para mais 500 obras verdes, que podem quadruplicar e chegar a duas mil, se o poder público conseguir um financiamento internacional.
Ao observar estes números, embora positivos os resultados, se compararmos com outras cidades, como a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, percebemos que está longe do ideal, pois a cidade americana já abriga mais de 4 mil jardins de chuvas e está no processo de construção de mais 5 mil, totalizando 9 mil, considerando que seu território é, aproximadamente, a metade do tamanho de São Paulo.
Para alcançar um bom resultado, como o de Nova York, deve-se sempre incentivar e apoiar ideias que possuam este viés, inclusive participando voluntariamente das realizações das obras, quando permitido. Outra maneira de participar é solicitar a vaga verde e o jardim de chuva para sua rua pelo e-mail subseimprensa@smsub.
Os benefícios são tanto para os seres humanos, como para os animais. Com uma grande quantidade de jardins de chuva, contendo árvores, é possível reduzir os alagamentos, oferecer um solo mais permeável com o aumento de captação e filtragem de água pluvial, diminuir a temperatura da cidade e evitar a concentração de calor, aumentar a qualidade do ar, oferecer mais habitats para as aves, mantendo sua diversidade, especialmente pois, segundo o Inventário da Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2018, a cidade de São Paulo abriga 506 espécies diferentes destes animais, ou seja, possui uma maior variedade que as encontradas no Chile ou em Portugal.
Por fim, reitera-se a importância e necessidade de se plantar árvores e fomentar as políticas públicas ambientais, para colher todos estes benefícios e adquirir uma qualidade de vida melhor, além de uma perspectiva maior para humanidade e um mundo mais bonito, com mais verde e mais esperança para as próximas gerações.