Migalhas de Peso

A real dimensão da morte e do serviço mais que essencial: o Jornalismo

De tudo que tem sido dito tenho pensado muito no seguinte ponto: pensamos na morte todos os dias?

31/3/2020

De tempos em tempos o mundo passa por pandemias: peste negra, peste bubônica entre diversas que moldaram o comportamento de nossa sociedade e colocaram toda a humanidade de cara com a morte. Onde a população mundial ficou exatamente como estamos hoje, trancafiados dentro de casa. Muitas pessoas morreram, ricos, pobres, indistintamente. É um movimento cíclico da nossa sociedade. E tudo se refaz.

Teorias da conspiração surgiram aos montes, e tem uma que diz que esse vírus foi sim criado em laboratório para resolver o problema da previdência do mundo, uma vez que ele está levando os nossos idosos e sábios em grande escala, um vírus que não atinge as crianças e os cachorros. Essa teoria diz que foi feito sob medida para resolver e aliviar esse caixa tanto para a China, quanto para os EUA, mas ele afeta os jovens também. E quem teria criado? A China? Os EUA?

Tia eu prefiro mil vezes viver uma pandemia dessas em 2020 do que em 1918, por exemplo. Porque agora temos muita informação, temos satélites que nos permitem ver o que acontece no mundo todo em tempo real, sabemos tudo o que pode nos proteger para evitarmos ao máximo o contato com o vírus, temos acesso a muita informação, aos principais remédios que estão dando o melhor resultado no tratamento. Sabemos tudo sobre esse vírus, muito pior nas outras em que as pessoas não sabiam como se proteger, e morriam muito mais pessoas por conta disso, não tinham acesso à informação”. Acesso à informação é o bem mais precioso hoje.

De tudo que tem sido dito tenho pensado muito no seguinte ponto: pensamos na morte todos os dias? Quando a nossa sociedade contemporânea ficou tão suscetível à morte? Nunca ficamos. E nem imaginávamos ficar diante de tanta evolução tecnológica, de tantos gênios criativos, com tanta inteligência artificial, riqueza, processos de automação, robôs, carros que dirigem sozinhos... E cá estamos trancados e todos amedrontados por um microorganismo que vem nos provar que tamanho não é mesmo documento.

Voltemos à origem desse texto. Informação de qualidade. O jornalismo como serviço essencial. A audiência de uma grande emissora que exibe matérias do mundo todo com seus correspondentes em um único telejornal você consegue ver o que acontece na Itália, em Londres e ouve um médico falando sobre os melhores resultados de um novo medicamento nos EUA. Não é nas “lives” das redes sociais que as pessoas estão buscando informação, prova disso é justamente o aumento de audiência dos veículos de comunicação tradicionais e que exercem o seu papel com credibilidade há décadas e que, bem constituídas hoje, podem nos munir de informação séria para que possamos defender as nossas vidas.

Volto à conversa com vídeo excelente e nítido com meu sobrinho no Texas. “Sim, hoje podemos saber com a imprensa dizendo o que você pode, e deve fazer para se proteger o tempo todo temos acesso à informação!”.

A parceria produtiva e pródiga como serviço à população entre advogados e imprensa, para os mais diversos temas de nossa sociedade atual, minha programação normal anterior à pandemia, vamos aos poucos, e nos aprofundaremos mais adiante.  

Por enquanto é repensar a vida. Avaliar como sairemos diferentes dessa fase. No que precisamos realmente mudar quando tudo isso passar, e se sairmos todos vivos. Pensar na finitude de maneira mais comum. A morte e a vida estão para nós todos os dias, e não devíamos fugir tanto dela.

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*Luciana Juhas é jornalista e diretora da Galeria de Comunicações.

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