Fernando de Noronha, arquipélago do Estado de Pernambuco, atualmente Distrito Estadual, deverá ser transformado em Município quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previstos em lei complementar estadual. Nesse território natural, existem os impactos locais, e tudo o mais que vem de fora sobrecarrega a natureza. É bom saber que, desde 1988, tem a sua maior parte constituída pelo Parque Nacional Marinho, que ocupa dois terços da ilha principal e todas as ilhas secundárias e é administrado pelo governo federal, que cobra uma taxa de ingresso para permitir a visitação. Fica ao encargo do governo estadual prover a logística de todo o arquipélago, a partir da terça parte restante. Para isso cobra uma taxa de preservação ambiental, auxiliar na manutenção dos serviços públicos desse precioso bem histórico e ambiental. Se torna complexa a tarefa de administrar um distrito localizado no oceano a mais de 500 km da capital do Estado, quando ali pouco se produz. São questões que requerem inteligência e planejamento. Navios partem do continente com alimentos e suprimentos que incluem praticamente tudo o que se consome nas ilhas. A energia elétrica é proveniente de usina termoelétrica e a água potável da dessalinização da água do mar. O combustível custa mais que o dobro do preço do que é encontrado no continente. E todos os insumos recebem majorações muito significativas. Manter o equilíbrio nessas condições se torna um desafio.
Diante da realidade que se impõe de receber visitantes, é justo e necessário que lhes seja cobrada uma taxa, como mitigação da sobrecarga provocada. Não há que se pagar pela vegetação, pelo vento, pelas areias ou pelo gorjeio
Se presume que o procedimento da cobrança foi implementado em Noronha menos por arbítrio ou intenção de roubar o cidadão, que para copiar o que ocorre no mundo inteiro com sucesso, para estabelecer um custeamento daquilo que se disponibiliza. Os recursos, no entanto, é que não deveriam ser enviados para cobrir despesas no continente. Estariam sendo arrecadados como receita de bilheteria para o governo. Se o governo federal se encontra praticando um roubo, cobrando alto e não aplicando os recursos na área onde arrecada, desviando a finalidade da taxa, essa é outra questão. A repercussão, que vem dos palpites proferidas ao vento, não chega a alguma conclusão, vai mais além, para causar divisão, perdas e danos. Independente da natureza de autarquia territorial, distrito ou município, é Brasil. E pertence a Pernambuco, vizinho da Paraíba. A solução findou adiada para depois, como adiadas estão as boas medidas acertadas para o meio ambiente no país. Aí sim, com grave risco ambiental e de um roubo de tempo e da paciência do cidadão.
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