A transformação da advocacia
A advocacia brasileira foi drasticamente impactada em suas operações nos últimos anos. Prova disso são o processo eletrônico e as iniciativas tecnológicas (law e legal techs) que surgiram, trazendo um sem número de soluções de automação e inteligência para o mercado jurídico.
Mesmo com essas mudanças operacionais o modo de advogar ainda não sofreu grandes alterações. A maioria dos advogados está associada (sócios, associados, correspondentes ou celetistas) em torno de organizações jurídicas, prestando serviços de maneira formal e fisicamente presentes.
Desde a crise de 2008 o mercado global mudou a forma de contratar. Algoritmos passaram a gerenciar relações comerciais a exemplo do Uber, Airbnb e Getninjas, todas plataformas de contratação de serviços autônomos, dando força a um movimento denominado Gig Economy.
O conceito de Gig Economy não é novo, foi cunhado na década de 1950 por Jack Kerouac, para descrever o ecossistema que compreende, de um lado, trabalhadores temporários (freelancers, autônomos) e, de outro, empresas que contratam estes trabalhadores independentes para serviços pontuais.
Este artigo não pretende discutir se esta é uma forma justa ou legal sob o ponto de vista das relações de trabalho, mas apontar para uma tendência que acometerá, sem dúvida, a forma de se prestar serviços em todo o mundo, inclusive a advocacia brasileira.
A Gig Economy traz às relações de trabalho o fator human cloud, ou seja, o advogado pode prestar seus serviços de qualquer lugar a qualquer horário para clientes que estejam em qualquer região da terra.
É o mesmo conceito aplicado quando falamos de cloud computing, em que arquivos são acessados por pessoas, independente do local em que estejam.
Trazendo isso para a advocacia, no human cloud, advogados podem ser acessados e prestar seus serviços jurídicos independentemente de local, tanto do cliente contratante quanto do prestador do serviço.
Da mesma forma bancas jurídicas poderão ter seus advogados espalhados pelo globo sendo avaliados pelo trabalho desenvolvido sem, necessariamente, ter estado na sede do escritório uma única vez.
Uma mudança de paradigma
Agora, imagine isso sob o ponto de vista do marketing jurídico. Plataformas conectando clientes e advogados e estes últimos sendo avaliados por seus contratantes, criando uma espécie de ranking, tal como acontece em aplicativos como Uber, Airbnb e Getninjas, por exemplo.
Tenho certeza que passou pela sua cabeça pensamentos como: “Isso é um absurdo. Na advocacia isso nunca funcionará. A advocacia exige a presença do advogado junto ao cliente, olho no olho.”
Trata-se de uma mudança de paradigma e uma nova forma de pensar e exercer a advocacia, mas posso lhe assegurar que isso já está acontecendo, não apenas lá fora, mas aqui no Brasil.
O início de toda essa transformação se deu com a introdução da internet no dia a dia do advogado, passando pelo processo eletrônico, sistemas de gestão e assim a tecnologia vem transformando o mercado jurídico.
Grandes oportunidades estão se abrindo
Escuto muitas queixas de advogados em relação à competitividade, aviltamento de honorários, clientes mais exigentes, etc.
Não se pode imaginar, hoje em dia, um advogado que não tenha em seu escritório, no mínimo, um sistema de gestão jurídica eficiente para lhe auxiliar na operacionalização do seu empreendimento.
O advogado contemporâneo, atento às tecnologias que podem lhe auxiliar na automação de processos repetitivos, no uso da inteligência artificial para contribuir na estratégia processual, além das plataformas que lhe dão envergadura para atuar em qualquer espaço territorial, tem à sua frente uma fronteira incrível a desbravar, repleta de oportunidades.
Você pode pensar que a implementação da tecnologia necessária para lhe colocar à frente deste movimento (irreversível) é muito alto ou está muito distante da sua realidade. Mas não é bem assim.
É verdade que tecnologia tem um custo significativo, mas a adoção tecnológica traz ao advogado a possibilidade de se tornar mais produtivo e eficaz, permitindo focar em aspectos mais estratégicos do negócio, gerando maior rentabilidade e novas oportunidades.
Isso significa dizer que com as ferramentas adequadas o advogado poderá gerar mais resultados, de maneira mais eficiente e este é o momento certo para você se posicionar na vitrine e liderar este movimento de transformação do mercado jurídico.
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