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Os desafios dos bancos na era das fintechs

Estamos diante de uma enorme Revolução Digital, momento no qual leis e decretos como esses serão cada vez mais frequentes, tendo em vista a especial atenção que o governo e estudiosos do setor vem dando as Fintechs que estão em amplo crescimento e, consequentemente, girando alto capital no mercado.

22/2/2018

Nos últimos dias muito se ouviu falar acerca do novo decreto presidencial, publicado no Diário Oficial no dia 22 de janeiro de 2018, o qual autorizou o Nubank a ser uma financeira. Mas o que muda com a publicação do decreto?

Ora, a partir de agora não se faz mais necessária à realização pelo Nubank de parcerias com bancos do país, vez que o mesmo poderá abrir sua própria Financeira. Anteriormente isso não ocorria, pois, embora seja uma empresa brasileira, o Nubank era composto por capital estrangeiro, sendo assim, segundo a legislação brasileira, uma instituição composta por capital estrangeiro só poderia ter o status de Financeira através de decreto presidencial.

Ou seja, estamos diante de uma enorme Revolução Digital, momento no qual leis e decretos como esses serão cada vez mais frequentes, tendo em vista a especial atenção que o governo e estudiosos do setor vem dando as Fintechs que estão em amplo crescimento e, consequentemente, girando alto capital no mercado. Assim, a tendência, facilmente verificada, é que essas empresas aos poucos derrotem ou se equiparem as instituições tradicionais. Resta claro, portanto, que os bancos tradicionais precisam urgentemente se reinventar ou ficarão para trás, perdendo, deste modo, cada vez mais clientes.

E como se reinventar diante desse novo, crescente e competitivo mercado? Oferecendo serviços similares ou melhores. Por exemplo, as Fintechs oferecem taxas de juros extremamente mais baixas. O Nubank, particularmente, oferece automaticamente o investimento do saldo em conta em Títulos Públicos com liquidez, sendo que tais títulos têm rendimento maior que o da tradicional poupança, o que obviamente é um dos atrativos aos clientes.

Diante deste cenário, o Banco do Brasil e o Bradesco se uniram e lançaram a Digio, empresa muito similar ao Nubank. Além da parceria com o Banco do Brasil, o Bradesco lançou o Next, saindo assim na frente dos demais bancos. Ou seja, em um mercado altamente competitivo e em constante mudança é essencial que os bancos sejam ágeis para criar novos benefícios, bem como para melhorar os serviços que já possuem, é necessário se reinventar.

Em suma, é evidente que as Fintechs identificaram os problemas, falhas e déficit dos bancos tradicionais, razão pela qual rapidamente conquistaram inúmeros adeptos, porém, ainda, há muito a ser alcançado. Contudo, vivemos na era digital, período no qual tudo acontece em milésimos de segundos, portanto, não há tempo para ser perdido ou desperdiçado.

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*Luise Mattioti é advogada do escritório Pires & Gonçalves - Advogados Associados.

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