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Aprenda a precificar serviços na advocacia em 4 dicas práticas

Precificar serviços na advocacia é um tema que sempre gera debates entre os gestores de escritórios.

29/6/2017

Precificar serviços na advocacia é um tema que sempre gera debates entre os gestores de escritórios. Basicamente, podemos dividir a cobrança dos honorários em três grupos: preço fixo, horas trabalhadas e percentual do êxito. Separamos quatro dicas para ajudar seu escritório a precificar os serviços e este checklist com boas práticas para a cobrança dos honorários.

O que observar para precificar serviços na advocacia

Valor Fixo

Alguns escritórios trabalham com modelos de contratação com valor fixo para a realização de um ou mais serviços. Por exemplo: cobrar R$ 1 mil para a revisão de um contrato ou R$ 15 mil para um procedimento de separação consensual. A modalidade de preço fixo também pode ser utilizada em contratos mensais, como o acompanhamento de dez processos por R$ 1 mil mensais ou R$ 5 mil para prestar assessoria a determinada empresa.

A modalidade de valor fixo traz "conforto" para quem contrata os serviços, pois sabe quanto vai pagar. Também é válido para o escritório porque pode garantir uma receita mensal. Porém, a precificação com valor fixo pode ser prejudicial para ambas as partes. O cliente pode estar pagando mais por serviços que não são utilizados. O escritório pode estar trabalhando demais para um determinado contrato, como no caso em que o escritório estima que uma ação vai demorar dois anos e acaba demorando cinco anos.

Como esta situação pode ser controlada? O primeiro passo é o escritório ter um controle de horas trabalhadas por contrato ou cliente. Por meio do acompanhamento das horas trabalhadas, é possível analisar se um contrato é atrativo ou não para o escritório. Um software jurídico como o SAJ ADV, por exemplo, possibilita o controle de horas trabalhadas por cliente, atendimento ou processo.

Software jurídico ajuda a precificar serviços na advocacia

Um software jurídico também permite a consulta de atendimentos anteriores para a precificação de serviços. Vamos pegar como exemplo o custo das horas trabalhadas para um procedimento de separação consensual. O escritório trabalha, em média, 200 horas neste procedimento. Neste caso, o valor médio da hora dos profissionais que trabalham neste procedimento é R$ 50, o que geraria custo de R$ 10 mil pelo serviço. Se o escritório deseja trabalhar com uma margem de 50% para cobrir os custos internos e os impostos, o valor a ser praticado para um processo de separação consensual seria de R$ 15 mil.

Horas trabalhadas

O faturamento por horas trabalhadas parece ser o mais justo, pois tanto o escritório quanto o cliente vão estar pagando pelo o que foi utilizado. Nesta modalidade, os escritórios, normalmente, definem um preço fixo pelas horas trabalhadas. Por exemplo: R$ 200 por hora ou variável, de acordo com o perfil do advogado que está atendendo o caso, algo como R$ 100 para advogado júnior e R$ 200 para advogado sênior. Alguns escritórios trabalham com um modelo de franquia de horas. É quando o cliente contrata um determinado número de horas por um valor fixo mais atrativo que a contratação individual.

Entretanto, este modelo também pode trazer distorções. Caso o escritório seja ineficiente, ele vai repassar para o cliente todas as horas trabalhadas e a sua demora em solucionar a questão demandada. O cliente também pode se sentir inseguro, pois não tem a devida noção do custo de determinada ação ao longo do tempo.

Percentual do êxito

Receber um percentual do êxito da ação é outra modalidade para precificar serviços na advocacia. Ela só pode ser aplicada em casos em que seja possível extrair um retorno financeiro do resultado do trabalho. Por exemplo: no caso de uma separação judicial, se o casal não possui bens e discute apenas a guarda do filho, não seria possível arbitrar um percentual do êxito do trabalho. Porém, se o casal possui diversos bens materiais, é possível determinar um percentual da venda dos bens. Esta modalidade pode trazer um grau de risco e uma incerteza maiores para o escritório, porém pode trazer grandes retornos financeiros. É uma modalidade utilizada com maior frequência na área tributária.

Tendências

O valor da contratação, normalmente, é determinado pelo equilíbrio de forças opostas entre o cliente e o escritório. O primeiro deseja pagar menos e o segundo, aumentar a rentabilidade dos seus serviços.

Grandes empresas não têm aceitado o modelo de contratação por horas trabalhadas "sem limites" e vêm fazendo pressão pela previsibilidade e pela redução de custos. Em alguns casos extremos, de demandas repetitivas, estão internalizando serviços com a utilização de softwares jurídicos que automatizam a execução das atividades.

Empresas têm utilizado softwares para identificar o valor médio dos procedimentos jurídicos, inclusive comparando com outros escritórios que prestam o mesmo tipo de serviço e negociando valores de contratação com base no custo médio de mercado.

Os escritórios vêm utilizando software jurídico para demonstrar o número de horas gastas em determinado tipo de ação ou para determinado cliente com o objetivo de estimar, precificar e, eventualmente, renegociar contratos. O escritório também pode utilizar sua base de dados para projetar custos e receitas futuras.

Tecnologia como aliada para precificar serviços na advocacia

Com a utilização da tecnologia, vem surgindo uma nova modalidade para precificar serviços na advocacia. A empresa contrata o escritório com uma condição de que o ganho será compartilhado entre a empresa e o escritório em todo processo que tiver valor inferior ao previsto. Se o valor médio do processo for de R$ 10 mil e o escritório concluir o serviço por R$ 8 mil, o escritório ganha metade do resultado, no caso R$ 1 mil pela execução do serviço abaixo do valor previsto.

O escritório também pode trabalhar com uma composição de modalidades de precificação, como a cobrança de um valor fixo inicial e um percentual do êxito da demanda.

Esperamos que com este post seu escritório possa precificar serviços na advocacia de forma muito mais assertiva com a utilização de um software jurídico. Se você tiver alguma dúvida ou sugestão sobre o tema, entre em contato com a gente!

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*Luciano Martins é project owner do SAJ ADV - Software Jurídico.

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