Migalhas de Peso

A cobra fumou!

Sessenta anos de história se passaram desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em todo esse tempo, pudemos observar milhares de acontecimentos sociais e políticos pelo mundo afora.

29/7/2005

A cobra fumou!


Renato Bellote Gomes*

Sessenta anos de história se passaram desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em todo esse tempo, pudemos observar milhares de acontecimentos sociais e políticos pelo mundo afora.

A esperança de muitos de que o período pós-guerra fosse marcado pela paz, acabou por esvair-se. As milhões de vidas perdidas e o custo altíssimo de reconstrução da Europa não conseguiram se sobrepor à ganância dos governantes.

Pois bem. Neste momento, te convido para fazermos uma viagem no tempo. Para ser mais exato, esse deslocamento temporal tem por objetivo contar a história da luta de nossos pracinhas na Itália.

O Brasil tem uma importância estratégica e econômica muito grande na América do Sul, e já a tinha há seis décadas. Por essa razão, enquanto o armistício explodia e ganhava vulto na Europa, nosso país permanecia no centro de uma disputa entre aliados e países do Eixo.

Como sabemos, Getúlio Vargas cedeu à pressão norte-americana e acabou pendendo para o lado dos aliados. Desse modo, no ano de 1944, foram enviados para o front - em dois escalões - pouco mais de vinte e cinco mil soldados, membros da recém-formada Força Expedicionária Brasileira (FEB).

A vida dos pracinhas na Itália não foi nada fácil. O primeiro inimigo a ser derrotado foi o frio, que sempre é um adversário poderoso. A receptividade do povo foi de certo modo calorosa, em parte devido à ligação histórica entre os dois países.

“A nossa posição não é segura. Os homens cansados por causa do combate, da subida da montanha, noite mal dormida, má alimentação, vêem por qualquer motivo fútil a presença do inimigo” escreveu um oficial brasileiro em seu diário, trecho transcrito posteriormente na Revista do Clube Militar. Realmente, as batalhas foram exaustivas e a vitória veio com o sacrifício de muitas vidas, 465 para ser mais exato. A FEB lutou bravamente no ano de 1944, conquistando posições estrategicamente relevantes. No ano seguinte – último da guerra - obteve êxito na tomada de Castelnuovo, Montese e Monte Castelo.

“Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá...”. A letra da Canção do Expedicionário retrata com perfeição o sentimento do combatente brasileiro, e, nesses tempos de tecnologia, a mensagem contida em suas palavras ainda faz o velho pracinha conter uma lágrima, que teima em rolar pela face...
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*Bacharel de Direito





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