A imortalidade e a herança de Ruy Barbosa (II)
A epidemia do medo e a proteção dos direitos fundamentais
René Ariel Dotti*
No prefácio de O caso Dreyfus, o autor transcreve um trecho do discurso do novo líder mundial, proferido na presença do ex-presidente George W. Bush e do ex-vice, Richard Cheney: "Quanto à nossa defesa em comum, rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os fundadores de nossa nação, diante de perigos que mal podemos imaginar, redigiram uma carta constitucional para assegurar a autoridade da lei e os direitos humanos – uma carta que se expandiu com o sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo e não abriremos mão deles por conveniência" (O caso, cit., p. 10).
Assim, "em duas frases sublimes", como as qualifica Begley, "o presidente repudiou a herança Bush-Cheney de desconsiderar as obrigações assumidas perante as Convenções de Genebra e a Convenção das Nações Unidas Contra a Tortura e simplesmente contornar ou transgredir as leis e a Constituição do país. Chegava ao fim a era dos presos arrebanhados em batidas, dos maus tratos ou coisa pior a supostos combatentes inimigos e das prisões secretas da CIA. Obama dera o primeiro passo no cumprimento de sua promessa de fechar Guantánamo e devolver os Estados Unidos ao império da lei” (Ob. e loc. cit.). (Segue).
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*Advogado do Escritório Professor René Dotti e professor universitário. Presidente da Comissão da OAB para analisar e propor emendas ao projeto do novo CPP. Detentor da Medalha Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados (2007)
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