Gestão de risco. Seguros e riscos financeiros. Fraude corporativa é ameaça constante
Elisa Ramalho*
Diversas empresas de auditoria estudam as fraudes internas e as comprovam estatisticamente. Constatam as questões relacionadas à gestão da empresa, os atos fraudulentos e as medidas punitivas eventualmente tomadas para o combate desse crime.
Importante destacar que, além de ser crime, a fraude corporativa afeta o resultado final dos lucros de uma companhia. O estudo elaborado pela KPMG Auditores Independentes (A fraude no Brasil – Relatório de Pesquisa 2009) demonstra que quase 70% dos entrevistados sofreram fraude em sua organização nos últimos dois anos. Dessas empresas, 77% estimaram prejuízos financeiros inferiores a R$ 1 milhão. Para 5%, os danos excederam R$ 10 milhões.
A PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, em Crimes Econômicos: Pessoas, Cultura e Controles – 4º Pesquisa Global sobre Crimes Econômicos 2007, também identificou o risco de fraude como preponderante em todos os setores, considerando que a maioria das companhias (67%) não obtém êxito na recuperação dos valores envolvidos nos atos fraudulentos.
Ao longo de suas vidas, muitas empresas enfrentarão a fraude de alguma forma. Se elas sobreviverão às experiências ou emergirão mais fortes delas é uma questão que dependerá das atitudes e dos processos internos para responder a tal ato, controlar e prevenir novos casos. Assim como baixos índices de criminalidade não significam a ausência de crimes, o desconhecimento de fraudes na organização não significa a sua inexistência.
O impacto da fraude não se limita a perdas financeiras. Pode deteriorar o ambiente de trabalho, afetar a reputação de toda a entidade e corroer lentamente as bases organizacionais e administrativas. Mas como qualquer outro risco do negócio, é passível de ser eficazmente gerenciada por meio de estratégias apropriadas para sua detecção e controle.
Uma dessas alternativas é a contratação dos seguros de fraudes corporativas, que já estão disponíveis no Brasil, com cobertura para diversas situações que envolvam o prejuízo causado pelo ato ilícito, tais como: fraude de colaboradores, fraude virtual em sistemas eletrônicos e transferência de fundos, falsificação e adulteração de documentos, extorsão, atos criminosos relacionados ao mercado financeiro e de capitais. O Seguro também garante o pagamento dos honorários de auditores para apuração de sinistro, dos custos de reconstituição de sistemas de segurança violados por atos criminosos e das despesas de investigação e de reconstituição de dados. O valor de cobertura da apólice pode chegar a até R$ 100 milhões, protegendo não somente a empresa contratante-controladora, mas também todas as suas subsidiárias.
Para análise da viabilidade de cobertura, a seguradora, a seguradora avalia, por meio de um questionário, os seguintes fatores: 1) ramo de atividades; 2) número total de colaboradores; 3) estrutura de controle e procedimentos internos; 4) estrutura dos sistemas de computação; 5) atividades relacionadas com internet e comércio eletrônico; 6) estrutura de auditoria interna e externa; e 7) histórico de prejuízos. O surgimento dessa proteção no mercado securitário pode ajudar as organizações a atenuar o imenso peso que as fraudes representam.
Fica claro, portanto, que é necessário agregar estratégias de controle para que a companhia tenha um resultado eficaz e possa, assim, evoluir ao longo de sua vida e atingir sua função social.
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*Subscritora de risco da área de seguros e riscos financeiros da Zurich Brasil Seguros
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