Migalhas de Peso

Os sobreviventes

Cada dia que passa computo como mais um de sobrevivência. O nível de violência está chegando a um patamar insuportável para os cidadãos brasileiros. Sempre acreditei que a base da política de uma nação deveria estar apoiada primeiramente na educação.

25/6/2010


Os sobreviventes

Sylvia Romano*

Cada dia que passa computo como mais um de sobrevivência. O nível de violência está chegando a um patamar insuportável para os cidadãos brasileiros.

Sempre acreditei que a base da política de uma nação deveria estar apoiada primeiramente na educação, depois na saúde e finalmente na segurança. Infelizmente, diante da nossa triste realidade, percebo que a segurança hoje tem de ser encarada como a primeira preocupação de nossos governantes.

O cidadão que pode está prisioneiro dentro da sua própria casa, e só se sente seguro com altos muros, grades, alarmes e tudo aquilo que lhe dá uma falsa sensação de proteção, o que sabemos que não é garantia de absolutamente nada. O sonho de consumo é o carro blindado, que oferece pelo menos uma chance de não ser roubado ou agredido nos faróis, bem como fornece a esperança da proteção das armas de fogo, que o indivíduo não pode possuir, mas os facínoras as têm. Isso sem falar nos crimes eletrônicos aos quais estamos sujeitos e que nos afligem a todo instante.

Sair de casa para o trabalho, para o lazer e para as necessidades do dia-a-dia se tornou uma aventura perigosa. Ir a um banco, então, nem se fala. Tornou-se uma atividade de alto risco! Também não podemos nos esquecer de andar sempre com o "dinheiro do ladrão"... O custo da nossa proteção está ficando cada dia mais alto e inclui, seguros, alarmes, seguranças, guardas de ruas, flanelinhas e outros profissionais, cujo preço já é compulsório.

Para os cidadãos de bem só sobram os impostos e o medo, já para os corruptos e assassinos permanecem leis frouxas e quase sempre burladas, fora a defesa dos "direitos humanos", que só se preocupa em preservar os criminosos que, ao serem pegos pelos seus delitos, se tornam coitadinhos e protegidos, na esperança de um dia voltarem recuperados à sociedade, o que quase nunca acontece.

A cada dia que passa agradeço por ter sobrevivido, mas infelizmente o medo se faz cada vez mais presente e sei que é uma questão de tempo para que eu ou os meus venham a fazer parte das estatísticas criminais desta nossa terra sem lei.

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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados










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