A comissão de frente
Maria de Lourdes Pereira Campos*
Essa parte da comissão de frente era composta somente por mulheres, bailarinas, que com muito treino, dedicação e estudo conseguiram chegar a perfeição na execução da tarefa, na frente de um publico de milhares de pessoas e transmito ao vivo pela TV não só para o Brasil, como para uma boa parte do mundo.
Em um primeiro momento também achei aquilo magnífico, admirando, como todos, o feito daquelas mulheres.
Mas, depois de alguns dias pensando no assunto, trouxe aquele "malabarismo" para a vida cotidiana das mulheres e vi que cada uma de nós executa essa mesma tarefa diariamente com a mesma perfeição.
Somos mães, executivas, amigas, colegas de trabalho, confidentes, conselheiras, quantas roupas vestimos uma sobre a outra diariamente antes de sair de casa?
Quando estamos em casa cuidando dos filhos, marido, assistentes do lar, cachorro, periquito, hamster e outros mais, estamos com uma vestimenta.
Ao entrar no trabalho, discretamente, no hall de entrada do prédio, deixamos cair a primeira peça e já estamos prontas para enfrentar nosso dia a dia, com os desafios profissionais que são colocados em cada tarefa ou missão que temos a cumprir.
No meio dessa "apresentação" temos que mudar de roupa, para assumir o papel de amiga, conselheira, seja daquele/a colega de trabalho que vem conversar, ou da amiga que te liga pedindo uma opinião sobre alguma coisa que tem que resolver naquele exato momento.
Nesse mesmo contexto, ainda com a vestimenta de "executiva" temos que imperceptivelmente mudar o traje, na frente de todos, tal qual as bailarinas da Comissão de Frente, quando um filho liga, no meio de uma reunião, perguntando se pode tomar sorvete de sobremesa ou convidar um amigo para dormir na sexta-feira, quando ainda é segunda-feira. Ou melhor, usar o traje adequado, quando o maridão lhe manda uma mensagem convidando para jantar a noite em um local desconhecido... e você lê a mensagem na frente do seu chefe.
Pois é, o que causou tanta perplexidade para tantos, para nós mulheres que fazemos isso no nosso dia a dia, não parece tarefa tão complicada, mas sem duvida alguma que é, o que acontece é que na vida cotidiana fazemos isso sem perceber.
Da mesma forma que as bailarinas, só conseguimos alcançar esse objetivo, com paciência, dedicação, perseverança e determinação.
E as bailarinas da Comissão de Frente só conseguiram porque são mulheres...
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*Membro do departamento jurídico do grupo Rendimento e integrante do grupo Jurídico de Saias
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