Guedes 2020
Ontem o presidente Bolsonaro sepultou o natimorto Renda Brasil e, de cara, abanou um cartão vermelho diante do ministro da Economia.
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Atualizado em 17 de setembro de 2020 08:06
Ontem o presidente Bolsonaro sepultou o natimorto Renda Brasil e, de cara, abanou um cartão vermelho diante do ministro da Economia. Guedes, daltônico, viu amarelo no rubro cartão, e tudo fica como dantes.
Guedes 1885
No tempo de Machado de Assis já houve um Guedes. Vejamos, ipsis litteris, como escritor, em crônica datada de 19 de julho de 1885, apresenta-nos o Guedes daquele tempo. Para contextualizar, montamos o texto em formato de uma entrevista. Qualquer semelhança é mera coincidência:
Migalhas - Você tem conhecimento do que fez ontem Bolsonaro com o ministro da Economia?
Machado de Assis - "Conheço um homem que, além de acudir ao doce nome de Guedes, acaba de receber um profundo golpe moral."
Migalhas - Estamos a falar da mesma pessoa?
Machado de Assis - "Há trinta anos, ou quase, que o Guedes espreita um trimestre de popularidade, um bimestre, um mestre que fosse, para falar a própria linguagem dele. Ultimamente, lá se contentava com uma semana, um dia, e até uma hora, uma só hora de popularidade, de andar falado por salas e esquinas."
Migalhas - E o que fez o coitado do Guedes em busca da popularidade?
Machado de Assis - "Não se imagina o que este diabo tem feito para ser popular."
Migalhas - E como ele resolve esse problema?
Machado de Assis - "Se realmente quer popularidade, abra mão de planos complicados."
Migalhas - E qual seria a fórmula?
Machado de Assis - "A gente não tem remédio senão recorrer à única cultura em que não há concorrência de boa vontade, que é plantar batatas."
Contexto
O Guedes que menciona Machado de Assis (mandando-o plantar batatas), era um nome genérico para se referir aos patrões do comércio do Rio de Janeiro, os quais eram contra o fechamento do comércio aos domingos e dias santos. A lei determinando o fechamento do comércio, aprovada pela Câmara Municipal, era de autoria do vereador Visconde de Santa Cruz. Em artigo sem assinatura no dia anterior à mencionada crônica, no Diário de Notícias, informa-se que a "classe caixeiral" (dos caixeiros) congratula-se com a Casa de Leis pelo seu procedimento justiceiro e humanitário.
(Leia a íntegra do texto clicando aqui ou na imagem abaixo)
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