Elejam-se, doutores
Considerações sobre força-tarefa da Lava Jato e o combate ao coronavírus.
quarta-feira, 8 de julho de 2020
Atualizado às 11:54
O JN, da Rede Globo, vinha com uma manchete de chamar a atenção na segunda-feira. William Bonner encheu a boca para dizer que a força-tarefa da Lava Jato teria oferecido R$ 500 milhões (meio bilhão, frisou o jornalista) para que o governo usasse no combate à covid-19. Segundo a emissora, o governo nem sequer respondeu. Ilustrava a reportagem um ofício da juíza Gabriela Hardt, da 13ª vara Federal de Curitiba, ao Palácio do Planalto, e dizia-se que o dinheiro era fruto de acordos de leniência firmados com empresas e a Lava Jato. Vamos às considerações:
1 - Ato falho. Juíza não integra força-tarefa. Ou integra? Por essas e outras o indigitado antecessor na vara está pendurado no STF com uma suspeição escancarada.
2 - Empresa nenhuma firmou acordo com o Lava Jato. Firmou-se acordo com o Ministério Público, que isso seja insistentemente pontuado.
3 - Desde quando a juíza da província é que define destino de dinheiro que foi reembolsado ao patrimônio do Estado, o qual foi a vítima dos larápios? Esse dinheiro deve ser imediatamente entregue para o caixa único do governo Federal. Ademais, quem foi eleito democraticamente é que tem a delegação popular para gerir recursos que são públicos. É preciso que o CNJ e o Congresso deem um basta nessa pouca vergonha que é usar dinheiro da população com populismos judiciais.
4 - Neste momento que a Lava Jato está tendo suas atuações questionadas pelos órgãos públicos e pela sociedade, a "benesse" que se quer praticar com o chapéu alheio não passa de uma tentativa desesperada de se lavar a Lava Jato. Haja desinfetante!