Show de horrores
O depoimento de Léo Pinheiro ontem ao juiz Moro diz muito sobre como é o jogo político das CPIs.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Atualizado às 10:59
O depoimento de Léo Pinheiro (OAS) ao juiz Moro, ontem, diz muito sobre como é o jogo político das CPIs. "Sabe como é, né, em ano eleitoral surgem muitas CPIs..." diz o depoente, deixando claro que se trata apenas de uma conta de chegada. Ou, em bom português, de um achaque. E la nave va...
Silêncio eloquente
Uma parte do depoimento de Léo Pinheiro é curiosa. O advogado de Gim Argello indaga se ele está fazendo acordo de colaboração premiada. Há um clima de suspense. Pede-se que a pergunta seja indeferida. Moro diz que não irá indeferir, mas que "o depoente tem o direito ao silêncio, e se ele não quiser responder, e essa for a orientação do advogado, aí não tem problema...". Léo Pinheiro, no melhor estilo Escolinha do Professor Raymundo ("captei vossa mensagem, oh nobre mestre"), diz que vai ficar em silêncio. E assim permanece a dúvida: estará Léo Pinheiro entabulando sua delação?
Matando no peito
Ao final do depoimento, Léo Pinheiro diz que quer colaborar ("há dois anos estou nessa angústia") e deixa claro: "direi todos os crimes que cometi, seja quem for do outro lado".