Igual lado
Reportagem da Folha de S.Paulo diz que esposa de Toffoli "recebeu de consórcio alvo da Lava Jato".
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Atualizado às 10:59
A Folha de S.Paulo de hoje comete, no mínimo, uma leviandade. Com uma foto do ministro Toffoli, reportagem diz que escritório de sua esposa "recebeu de consórcio alvo da Lava Jato".
Assim como tinha feito a revista Veja na semana passada, agora também a epígrafe não se sustenta nas letras de forma que se seguem. Diz o matutino que a banca da qual a esposa do ministro é titular teria recebido R$ 50 mil em 2006 da Andrade Gutierrez. Da Queiroz Galvão teria recebido R$ 150 mil em 2008 e o mesmo valor em 2011.
E daí? O que isso quer dizer? O que sugere o jornal com esse título? Entremeando a reportagem, esquizofrenicamente, diz-se que as empresas são investigadas na Lava Jato (como se ninguém soubesse disso) e que as cifras das investigações são de milhões.
Ao final da matéria, a maior hipocrisia jornalística já inventada: o tal do "outro lado". Por que "outro"? Se a advogada confirma que prestou os serviços advocatícios e se pagou os devidos impostos, por que este não é o "lado" certo?
Enfim, vamos às verdades. Qual escritório de advocacia de atuação nos tribunais não trabalhou para uma empreiteira (que já foram orgulho do país)? Se não atuou, queria ter atuado, pois são os maiores litigantes do Judiciário. E desde quando ter prestado serviços advocatícios para alguma empresa envolvida na Lava Jato é notícia? Faça-nos um favor.
A advogada Roberta Rangel (Rangel Advocacia) é estabelecida em Brasília há duas décadas. É extremamente profissional, e não atua no STF. Não precisamos nem continuar essa conversa. Deixemos apenas a pergunta no ar: por que está sendo engendrada uma tentativa de constrangimento do ministro?