Que o mercado de trabalho exige cada vez mais qualificação do profissional, isso não é novidade para ninguém. No meio jurídico não é diferente. Depois de se graduar, o bacharel tem algumas decisões a tomar, que basicamente se dividem entre a vida pública ou o exercício da advocacia em escritórios ou integrando o corpo jurídico corporativo.
Se os que seguem a carreira pública, via de regra, enfrentam com uma espécie "pré-profissão", constituída por uma disciplinada imersão preparatória e de realização dos mais diversos concursos, os que optam por seguir a carreira privada se deparam, então, com a necessidade de contínuo aprimoramento técnico, o que faz hoje da formação acadêmica complementar induvidosamente o maior investimento na carreira a médio e longo prazo.
Em sua tradição, o Ibmec há algum tempo percebeu que o conhecimento jurídico representa senão um pré-requisito, um verdadeiro upside no processo de tomada de decisão empresarial, seja mitigando riscos, seja viabilizando a realização de negócios da maneira mais célere, econômica e segura.
Para aqueles que ocupam ou almejam assumir cargos de liderança jurídica, a Pós-graduação em Gestão Jurídica e de Contencioso é a mais indicada. "Dentre os profissionais que procuram esse curso nós temos basicamente três perfis de profissionais: aqueles que já integram departamentos jurídicos corporativos e pretendem galgar degraus dentro da companhia, mirando numa Gerência ou Diretoria Jurídicas; os que, num escritório de grande ou médio porte, assumiram uma coordenação de área ou de equipe e objetivam se tornar sócios do escritório a médio prazo; e, finalmente, aquele advogado mais jovem que em voo solo ou com um ou dois colegas tem a coragem suficiente de encarar o mercado e montar o próprio escritório", conta Henrique Barbosa, coordenador dos cursos de pós-graduação em Direito do IBMEC/MG.
Segundo o professor, essa procura acontece, porque além de se atualizar nos conhecimentos técnicos, esse tipo de profissional precisa adquirir e trabalhar uma série de habilidades extras para as quais o advogado brasileiro ainda não é preparado na origem, especialmente em aspectos relacionados à prática de gestão, finanças ou mesmo estratégia empresarial. "Naquelas três posições o profissional percebe que não pode deixar de advogar - e advogar bem -, mas que a posição alçada ou almejada exige competências outras como por exemplo: saber formar e negociar preço, recrutar equipe, se reportar ao cliente ou mesmo a um CEO, CFO, Conselho ou Controladoria; recrutar, treinar e manter a equipe; participar de operações de M&A seja negociando contratos ou realizando a due diligence; entender de compliance, enfim, uma gama de habilidades até então inimaginadas pelo advogado puro. E isso tudo sem deixar de atuar com um nível intelectual técnico de alto nível, em qualquer um dos lados do balcão que se esteja", diz Barbosa.
Já o curso LL.M. (Legal Master) em Direito Corporativo mira atender não somente aqueles advogados que já atuam na área, mas também os profissionais que de algum modo transitam pelo universo jurídico empresarial. "Se nós olharmos para o LL.M., eu diria que nós temos 50% das turmas compostas por advogados de escritórios de médio e grande porte, cerca de 30% de advogados que já compõem departamentos jurídicos de grandes empresas", conta Henrique, que ainda completa: "Também recebemos alguns profissionais de formação não jurídica que conseguem lidar com a nossa linguagem e a nossa expertise. São profissionais com formação em Administração, Economia, Engenharia, e que assumem cargos de controladoria, conselheiros fiscais ou de administração, por exemplo. Não raro nossas turmas possuem 1 ou 2 membros das chamadas Big Four. São profissionais que agregam um novo olhar em sala de aula e que, na filosofia de discutir temas atuais sofisticados, mas fundamentalmente de ordem prática, criam uma interação especial à turma na medida em que fazem perguntas ou colocações que representam ao fim do dia aquilo que o meu cliente ou o meu CEO pensam ou pretendem, e é justamente isso que nós pretendemos: antever demandas e antecipar respostas de modo refinado, em linguagem alinhada com o que o mercado espera".
Portanto, se o objetivo do profissional é atuar no mundo jurídico empresarial, basta escolher o curso que melhor se encaixa nos seus objetivos de carreira. ______________